Godzilla vs Kong – fechando uma franquia

Adam Wingard já sabia como transformar histórias absurdas em entretenimento descerebrado, como provado no curioso live-action de Death Note e aqui em Godzilla vs Kong dá seguimento ao ótimo trabalho dos diretores que vieram antes dele (Gareth Edwards, Jordan Vogt-Roberts e Michael Dougherty), em um cinemão pipoca de primeira, com os melhores efeitos especiais do momento.

Cada titã tem peso e textura impressionantes. A câmera do cineasta é vertiginosa, e a fotografia ora neon, ora saturada, oferece um verdadeiro espetáculo para as massas. A sessão vale pelo embate entre o lagarto e o gorila, que nunca desaponta. É de encher os olhos.

Godzilla vs Kong

Godzilla vs Kong

Não é novidade para ninguém também que os humanos na franquia de monstros da Legendary são quase inúteis e geralmente descartáveis, mas tem lá sua função de explicar para quem não entendeu, algum andamento do enredo, ou então apenas para intercalar uma sequência e outra.

Praticamente, todo o elenco está jogado ali em contextos ridículos (como levar uma criança para uma expedição de alto risco) ou em interpretações terríveis (o Bernie de Brian Tyree Henry é, de longe, uma das figuras mais patéticas da cultura pop atual), por isso basta relevar suas presenças. A compensação reside na divertida e esperada batalha, assim como na geografia e mitologia acerca da Terra Oca (que aliás, eu gostaria de ter visto mais).

Godzilla vs Kong

Particularidades

Wingard ainda foi sagaz ao trazer os contextos de cada um dos monstros para suas subtramas nesse filme. Enquanto de um lado temos um Kong absurdamente explorado até as migalhas pelos humanos durante toda a rodagem (vivendo em cativeiro, sendo levado acorrentado em um porta-aviões, sendo alçado por helicópteros, sendo manipulado a entrar num lugar que nunca viu, etc) — tal qual essencialmente ele foi em sua origem, quando trazido pelos humanos até Nova York (no filme de 1933 e outras versões), do outro lado acompanhamos Godzilla mais como uma força da natureza, furiosa e destrutiva — assim como foi retratado na maioria dos filmes em que apareceu.

E à parte das brincadeiras envolvendo #TeamKong ou #TeamGodzilla, a produção entende as limitações de um e as capacidades do outro e por mais que o roteiro equilibre bem a treta, a história entrega o vencedor (em um resultado óbvio e honesto), deixando para o tal MechaGodzilla apenas meia dúzia de cenas clichês, que não chegam aos pés da luta principal, até mesmo por ser um meio extremamente previsível, para que se alcance um resultado típico entre crossovers de figuras a quem o público tanto adora. Kong é inteligente, carismático, um grande bichinho de estimação. Godzilla age por instinto e sempre reagirá como a vingança da natureza contra o mundo.

Godzilla vs Kong fecha divertidamente a franquia monstruosa, cumprindo as promessas e suplantando as expectativas, mas claro, somente para quem é fã da série de filmes construída até aqui, com todos os seus absurdos e maluquices. Pegue a pipoca e aproveite, você merece.

Nome Original: Godzilla vs. Kong
Direção: Adam Wingard
Elenco: Alexander Skarsgård, Millie Bobby Brown, Rebecca Hall
Gênero: Ação, Sci-Fi, Thriller
Produtora: Legendary Entertainment, Warner Bros.
Distribuidora: Warner Bros.
Ano de Lançamento: 2021
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