Haunted
Filme que não se decide entre o terror e a comédia
Max (Roberto D’Antona) é um aspirante a escritor que fica responsável por cuidar da casa de sua irmã (Annamaria Lorusso), quando ela viaja. Enquanto mora lá, no entanto, ele começa a notar coisas estranhas acontecendo e a sentir presenças sinistras.
Haunted é um filme de terror clássico e conta uma história bem comum: Max, um solteirão que sonha em escrever um livro, vai passar um tempo na casa de sua irmã, enquanto ela viaja com o filho (Danilo Uncino). A casa, que no começo parece maravilhosa, começa aos poucos a ficar assustadora: barulhos estranhos, sombras sinistras e uma presença assustadora.
O telespectador então, já pode supor que caminho o filme vai tomar. Existe uma presença na casa, mas a gente não sabe exatamente o que é, mas diferentemente do que normalmente acontece em outros filmes de terror, isso nunca fica muito claro, não existe, por exemplo, uma explicação do que aconteceu na casa antes para que ela se tornasse assombrada.
Isso por si só não é uma coisa ruim, porque existe a possibilidade de um terror em aberto, onde nada é completamente esclarecido, mas Haunted é um filme ruim, com um roteiro que não parece saber se quer ser um terror ou uma comédia.
Comédia sem sentido
Haunted se define como um filme de terror e tem vários elementos do gênero, mas por algum motivo inexplicável, o roteiro flerta com a comédia. Há uma cena em que acompanhamos Max se preparando para começar o dia, com uma música animada de fundo e onde ele até faz uma dancinha para a qual não existe qualquer explicação.
Além disso, Max faz piadas sexuais e machistas durante o filme todo e, mais tarde, quando Chris (Michael Segal), o melhor amigo de Max, aparece, isso fica ainda mais forte. As piadas são de muito mal gosto e deixam o telespectador até envergonhado. A sensação que se tem é que a produção se divide em dois filmes: um filme de terror ruim e um besteirol dos anos 1990, com um protagonista absurdo que já não faz mais sentido nos dias de hoje. A única explicação para o comportamento do protagonista seria uma possível mudança de caráter ao longo do filme, o que não acontece.
As piadas também não funcionam como alívio cômico, já que não são nem vagamente engraçadas e muitas vezes são ofensivas, e que o filme nem é propriamente assustador.
Aspectos técnicos de Haunted
É claro que este é um filme pequeno, sem muito recursos, mas isso não é o único problema. O roteiro é muito ruim, e o longa é, em muitos aspectos, repetitivo. Durante bastante tempo não acontece muita coisa, além de que acompanhamos um protagonista que é grosseiro, sem graça e muito difícil de tolerar.
A parte do terror é até ligeiramente assustadora, mas pouco se sustenta em Haunted. Não existe motivo ou explicação para as cenas de comédia jogadas no meio e muito menos para as piadas grosseiras e sem graça de Max e Chris. O que acontece aqui é que o telespectador detesta cada vez mais o protagonista, o que não faz muito sentido em um filme de terror, onde espera-se que a plateia torça para que o personagem principal sobreviva.
O elenco também é especialmente ruim, todo mundo tem uma atuação extremamente exagerada, quase caricata. Roberto D’Antona é o pior deles, é impossível levá-lo a sério.
É de se questionar, portanto, qual o sentido de Haunted, já que o filme não é assustador. Embora tenha aspectos sinistros, ele tenta emplacar uma comédia estúpida e suas atuações canhestras não convencem e nem agradam. O filme é clichê, as piadas são desnecessárias e grosseiras e é muito difícil se divertir assistindo a esse filme.