Homunculus – adaptação de mangá para a Netflix
A adaptação do mangá seinen Homunculus de Hideo Yamamoto, já lançado por aqui pela Panini, é dirigida com muito estilo e personalidade por Takashi Shimizu, que procura levar das páginas para as telinhas as ideias bizarras do original, envolvendo trepanação, o despertar do sexto sentido e um grande suspense, numa mistura inusitada de dois David’s, o Lynch e o Fincher.
Mas não se deixe enganar: Homunculus parece horror só na superfície. Logo fica claro que os tais “homúnculos” são, na verdade, a maneira como as pessoas se veem e a maneira como acabam se projetando para quem tem essa rara habilidade de ver um pouco além.
No mais, o enredo segue o mistério por trás do protagonista desmemoriado interpretado por Goy Ayano, e também sobre as reais intenções do cientista maluco da vez, na figura de Ryô Narita.
Homunculus
Muita bizarrice acontece pelo caminho, algo entre o maluco e o cômico não intencional, repleto de cenas ora asquerosas, ora abstratas e diálogos expositivos tentando explicar o mais claro possível ao público algo que poderia ter se resumido desde o princípio.
Porém, a história que vai se desvendando por baixo dos panos não fica à altura do próprio mistério que levantou até ali, provando que nem sempre aquilo que funciona em um quadrinho vai efetivamente funcionar no audiovisual, mas valeu a tentativa.