Lola e Seus Irmãos
Filme que não desagrada, mas também não empolga
Os irmãos Lola (Ludivine Sagnier), Pierre (José Garcia) e Benoît (Jean-Paul Rouve) são unidos desde pequenos, mas vivem brigando. Os novos desafios nas vidas de cada um ameaçam separá-los de uma vez por todas.
A relação entre os irmãos
Lola e Seus Irmãos, como o próprio título deixa claro, é focado em três irmãos e na relação entre eles. Em muitos sentidos, a relação entre Lola, Pierre e Benoît é parecida com a de quaisquer irmãos, mas claro que eles têm algumas peculiaridades.
Os três são muito próximos e compartilham a vida um do outro, mas ainda assim brigam de vez em quando. Toda vez que isso acontece, Lola, que é a irmã mais nova, serve como uma espécie de ponte entre Pierre e Benoît, que são os dois que mais ficam sem se falar. Lola, inclusive, se comporta como uma espécie de mãe para seus irmãos, falando coisas como “não brigue com seu irmão!”.
Ao longo do filme, os três passam por uma série de situações, juntos e separados, que alteram a relação entre eles em maior ou menor medida e é basicamente isso que Lola e Seus Irmãos retrata.
Desafios e problemas
O filme se preocupa em mostrar a vida de cada um dos irmãos, com suas questões e seus problemas, ainda que um irmão tenha bastante influência nas escolhas do outro.
A trama então, mostra esses três personagens em fases diferentes da vida, enfrentando problemas diferentes. Benoît, o irmão mais velho, acaba de se casar pela terceira vez e está prestes a virar pai, mesmo que não esteja completamente satisfeito com isso; já Pierre acabou de mandar seu filho para a faculdade, mas está com problemas financeiros, e Lola, que é advogada, está se apaixonando por um de seus clientes, Zoher (Ramzy Bedia), que acabou de se divorciar.
O interessante de Lola e Seus Irmãos é que ele começa como um filme bem alegre, onde acompanhamos o casamento de Benoît e Sandra e a maneira como a relação de Lola e Zoher se desenvolve de forma, aparentemente, perfeita, mas o filme vai, com o tempo, ficando um pouco mais pesado conforme os irmãos são colocados diante de desafios maiores. O longa é uma mistura de comédia com drama.
Aspectos técnicos e Lola e Seus Irmãos
Este é um filme simples, mas com aspectos técnicos bem cuidados e que presta atenção nos seus detalhes. O longa se passa em uma cidade grande e mostra várias cenas desse lugar, pois sabemos que esses irmãos levam vidas urbanas, mas que também são completamente comuns.
Aliás, essa é uma premissa que parece circundar toda a produção, o roteiro também é bem comum e retrata vidas comuns com acontecimentos comuns. Boa parte do que acontece com Lola, Pierre e Benoît são coisas que acontecem na vida de muitas pessoas: brigas, casamentos, novos relacionamentos, promoções no trabalho ou desemprego, nascimento de filhos e por aí vai. Nesse sentido, Lola e Seus Irmãos se preocupa muito mais em documentar a vida desses personagens do que em contar uma história especialmente vibrante, o filme não tem reviravoltas e praticamente não tem pontos de viradas, tudo é muito sutil.
Ainda que a história seja realista e tenha seus momentos divertidos, como o fato dos três irmãos se reunirem no cemitério para contarem as novidades de suas vidas diante dos túmulos dos pais, o filme é um pouco parado, já que segue, basicamente a rotina desses personagens.
Os protagonistas interpretados por Ludivine Sagnier, José Garcia e Jean-Paul Rouve – que também dirige o filme – se saem bem e as atuações secundárias complementam bem esse elenco, como Ramzy Bedia, Pauline Clément e Gabriel Naccache.
Lola e Seus Irmãos não é um filme ruim, longe disso, o roteiro é competente, as tramas fazem sentido e os personagens são cativantes, mas também não é nada de especial e, com o tempo, vai se tornando um filme um tanto quanto morno, que agrada, mas não deslumbra. O longa chega aos cinemas no dia 7 de julho.