Meditation Park, exclusivo no Reserva Cultural
Em Meditation Park conhecemos um casal que imigrou de Hong Kong para o Canadá 40 anos atrás. Mãe, esposa e dona de casa dedicada, Maria (Pei-Pei Cheng) começa a procurar por independência quando sua realidade e seu casamento com Bing (Tzi Ma) são balançados.
Meditation Park nos traz um fragmento de vida de Maria, esta senhorinha muito simpática que dedicou toda sua vida à sua família. Ela cozinha com amor, recebe a filha e os netos e cuida do marido como se fosse um filho. Entretanto, uma noite, após o aniversário do marido, ele chega em casa de madrugada e Maria acaba encontrando uma calcinha no bolso de sua calça. Assustada então, ela não sabe o que fazer. Expor a situação, acobertar ou fingir que não sabe de nada.
Maria decide então buscar pela verdade do que está acontecendo com o marido. Para isso, ela percebe que precisa de dinheiro e decide arrumar um emprego e ter algum tipo de renda e de ocupação. Mas ela já não exerce nenhuma função fora de casa há anos. Portanto, encontra muitas dificuldades para trabalhar. Nisso, temos a trama paralela do filme. Em sua busca por trabalho, Maria faz novas amizades e vai adquirindo um senso de independência e autonomia. Em um “trabalho”, ela encontra amizade em outras senhoras chinesas que vendem vagas de estacionamento nos próprios quintais. E também um vizinho aparentemente carrancudo.
Meditation Park e a evolução de uma mulher
A busca da verdade em relação ao marido faz com que Maria questione sua vida pacata. Mesmo morando em Toronto há anos, ela nunca abandonou alguns costumes da terra natal. Assim, com a emancipação em vista, a senhora precisa praticar mais o inglês, aprender a andar de bicicleta e acabar com algumas problemáticas familiares.
Por mais que a trama possa parecer simples e clichê, o filme é sensível e aborda temas importantes. A protagonista ascenderá ao passar pela submissão pelo marido e chegar à independência. Com uma garra e determinação muito bem representadas em tela, sua condição de dona de casa poderá atingir patamares de mulher autônoma. Claro que em certos momentos chegamos a duvidar da força de vontade de Maria, mas a mulher não decepciona.
Três boas razões para assistir:
O filme participou da Seleção oficial no TIFF- Festival de Toronto 2017 e Seleção Oficial VIFF – Festival de Cinema de Vancouver 2017;
Conta com a participação da atriz Sandra Oh que recebeu os prêmios Globo de Ouro e Critic’s Choice de melhor atriz em série dramática pela série Killing Eve;
E foi indicado ao prêmio de Melhor Ator (Tzi Ma) no Canadian Screen Awards 2018.