Missão: Impossível – Acerto de Contas parte um (2023)
Dessa vez Ethan Hunt tem que enfrentar A Entidade, uma IA que já se provou inimiga em filmes do passado (de Controle Absoluto a Eu, Robô, passando pelo primeiro Resident Evil e evoluindo para Matrix e Exterminador do Futuro), enquanto replica enervantes e divertidas sequências de ação. Tom Cruise, mais uma vez, se mostra a altura do papel que definiu sua carreira. Parte do elenco que retorna do último filme continua bem, em especial Vanessa Kirby, mas são as novas adesões que agregam valor à produção.
Esai Morales transmite o perigo imprevisível de seu vilão, à medida que Pom Klementieff se diverte horrores como sua capanga louquinha. Mas é a sempre talentosa e belíssima Hayley Atwell que rouba a cena (inclusive do próprio Cruise), como uma ladra super carismática e praticamente uma coprotagonista, que torço, venha a render muito nessa que é uma das minhas cinesséries prediletas. Christopher McQuarrie, dirigindo seu terceiro Missão Impossível, consegue trazer mais senso de gravidade, além de longos e interessantes momentos de diálogo e tensão. Mas peca pelos excessos.
Com uma escala de ação a nível Velozes e Furiosos e/ou John Wick (mesmo que a sequência do trem em queda seja visualmente impactante, ela atinge um nível de exagero que nunca foi proposto antes), destoando do resto da franquia, que sempre mirava um certo “realismo” (entre muitas aspas). Mesmo que bem executados, esses momentos distanciam o sétimo filme dos anteriores (não tanto do segundo filme, que já era dado a arroubos pirotécnicos de seu período) e perde um tanto de sua tão consolidada identidade — mas vale ressaltar, apenas no quesito de ação, pois nas cenas de suspense e espionagem, sobe mais um degrau.
Talvez querendo pegar o público das produções de Vin Diesel e Keanu Reeves, Acerto de Contas parte um se afasta de quem é de maneira desnecessária, pois MI não só é maior e melhor, como não corre riscos quanto a isso. De qualquer maneira, ainda é um filmaço de ação, que merece ser conferido nas telonas.