Monster Trucks, velozes e monstruosos!

Divertidamente bobo é a maneira mais simples de resumir Monster Trucks, o primeiro live-action dirigido por Chris Wedge, das animações Era do Gelo e Robôs, que ainda traz essa narrativa de desenho animado para o enredo, principalmente nas sequências de perseguição amalucadas, no melhor espírito Hanna-Barbera, o que confere certa originalidade à produção, mesmo que ela seja pontuada por clichês e lugares-comuns.

A criatura que vira o “motor” da Monster Truck do protagonista (com focinho de baleia e corpo de polvo) é engraçadinha e adorável como o Banguela, de Como Treinar o Seu Dragão, assim como a relação “monstro e humano”, com o papel do rapaz em esconder o que é diferente (aí lembramos de E.T., Lilo & Stitch, OKJA, a lista é enorme, mas convenhamos que é uma fórmula que funciona), para preservá-lo do mal industrial, figurado aqui na representação de uma empresa petroleira, colocando novamente os empreiteiros como vilões (você já viu isso centenas de vezes antes, inclusive no infame live-action de Zé Colméia) – e não são?

Monster Trucks

Ainda que Lucas Till seja incapaz de expressar qualquer emoção, além de sua cara de enjoado, a relação de seu protagonista com a criatura consegue se sustentar até o final. O drama do personagem, relacionado ao pai (e extremamente mal desenvolvido) é vazio, portanto o único intuito de seu Tripp é ter um carrão para chamar de seu. Por outro lado, Jane Levy é doce e fofa, uma mocinha apaixonante e crível. Ela carrega parte do coração da história com seu jeito meigo e crível. Mas insistente em sua paixonite pelo banana do rapaz. Barry Pepper repete seus papeis abobalhados, enquanto Rob Lowe e Holt McCallany encarnam os estereótipos de vilões do gênero. O restante do elenco é descartável e serve convenientemente como muleta para os heróis chegarem onde precisam.

Monster Trucks então funciona principalmente por dois elementos. A criatura e sua curiosa simbiose com veículos (ela até se alimenta de óleo!); e as divertidas e bem executadas sequências de ação, com carrões soltando tentáculos, andando pelas paredes e até saltando muito acima do normal. Destaque para a cena do desfiladeiro, um deleite para os olhos! Com direito a senso de gravidade e tudo, mas sem perder a ludicidade. É como um desenho animado mesmo e, tal qual, é divertidíssimo nesse aspecto.