O Caçador e a Rainha de Gelo, uma história para tardes chuvosas
Tirando Kristen Stewart da jogada (sua personagem só é meramente citada, mas eles acham um meio de ocupar Branca de Neve pra que ela não participe da ação), a história fica livre para focar no Caçador do sempre divertido Chris Hemsworth, que agora tem seu passado revelado ao lado de uma eficiente Jessica Chastain (o background deles tinha sido sugerido no primeiro filme). Antes disso, porém, a história volta mais no tempo para revelar que Ravenna (Charlize Theron, retomando os holofotes como só ela sabe fazer), a Rainha Má original, tinha uma doce irmã, Freya (Emily Blunt, melancólica na medida), que ao perder sua filha ainda no berço, se torna uma Elsa do mal, a tal Rainha de Gelo do título, que transforma várias crianças em órfãs para ter sua grandiosa pole (e exército), em um reino próprio.
O roteiro é esperto ao encontrar saídas que justifiquem a não aparição dessa rainha no primeiro filme, já que o enredo aqui se passa após os eventos que levaram ao reinado da Branca de Neve. Sim, a trama primeiro procura amarrar todas essas pontas soltas da cronologia que criaram para a franquia, para só então depois andar de fato com a narrativa.
Isso não chega a ser um problema de fato, mas a primeira meia hora de filme pode ser confusa e um pouco cansativa para quem não pediu nem esperava por uma continuação dessa saga. E o longa não faz por onde, é sim desnecessário, mas o que entrega é bem executado, por isso não tem do que se reclamar.
Os efeitos em CG, assim como todas as criaturas, são bem eficientes (destaque para os trolls, apresentados aqui de maneira original, como se fossem chimpanzés — um deles, inclusive, com chifres de bode!), e colocar o Espelho Mágico como MacGuffin foi uma ótima jogada, trazendo ainda dois casais de anões como alívio cômico. As cenas de ação e aventura funcionam direitinho, com algumas reviravoltas certeiras, assim como o impactante clímax, que traz mais resoluções definitivas do que o primeiro filme.
O Caçador e a Rainha de Gelo (2016)
O Caçador e a Rainha de Gelo não precisava existir, mas já que foi feito, cumpriu bem sua tarefa de diversão em tardes chuvosas.