O Colibri

A trajetória de um homem comum

A história de Marco Carrera (Pierfrancesco Favino) começa nos anos 1970 e segue até um futuro próximo. O filme, inspirado no livro de Sandro Veronesi, acompanha os fracassos e sucesso dele, seus momentos felizes e tristes, seus amores e decepções.

O passado e o presente

O Colibri é um filme que tem como proposta retratar a vida inteira de um homem, a ideia é bem parecida com a de A Minha Versão do Amor, mas o primeiro não o faz de forma linear.

O protagonista do filme é Marco Carrera, também conhecido como o Colibri, e o filme de fato acompanha toda a sua vida, mas como assistimos ao longa do ponto de vista dele, assistimos como se todas as situações fossem memórias de Marco. E memórias normalmente não são lineares, uma lembrança puxa a outra, que puxa a outra e não necessariamente de maneira ordenada.

O filme acompanha a vida toda de seu protagonista
O filme acompanha a vida toda de seu protagonista

Então, aqui passamos pelas várias fases de Marco, misturando as épocas de sua vida. Pode parecer que essa decisão torna o filme confuso, mas não, fica claro em que época cada parte se passa, porque as caracterizações dos personagens são bem-feitas e é fácil reconhecê-los em qualquer período, e ainda que não exista uma marcação clara da passagem do tempo, ela é óbvia.

Uma vida quase comum

Ainda que a forma de narrar seja bem criativa, a trama de O Colibri não é especialmente inovadora, isso porque o que o filme mostra é a vida de uma pessoa, basicamente, do começo ao fim.

Em muitos aspectos, a vida de Marco é como a vida de qualquer pessoa: ele tem conquistas, perdas, amores, desamores, amizades, brigas, família, momentos de alegrias e de tristezas. E se isso permite um certo reconhecimento por parte da plateia, que pode se ver em vários desses momentos, também é de se perguntar o que exatamente tem de tão especial assim na vida de Marco.

A vida de Marco tem alguns momentos fora do comum, mas de maneira geral, o filme narra uma vida comum
A vida de Marco tem alguns momentos fora do comum, mas de maneira geral, o filme narra uma vida comum

Claro que a vida do protagonista tem algumas questões específicas, como a relação com Luisa Lattes (Bérénice Bejo), um amor que consome o personagem, mas que nunca é completamente resolvido, mas de uma maneira geral, Marco é um personagem comum, levando uma vida não muito diferente da de boa parte dos espectadores.

Aspectos técnicos de O Colibri

O Colibri é uma grande produção, e isso fica claro nas idas e vindas no tempo que o filme mostra. Além de terem escalado atores que são parecidos, a caracterização é muito bem-feita, por isso, é impossível não reconhecer quem é quem em casa fase e, assim, também entender que acompanhamos fases diversas. Em um filme em que a continuidade não é importante e que vai e volta no tempo de maneira não linear, esse reconhecimento é essencial.

Também é preciso ressaltar as atuações, que são ótimas, especialmente do protagonista, Pierfrancesco Favino, e do ator que interpreta sua versão mais jovem, Francesco Centorame. Além disso, Kasia Smutniak e Bérénice Bejo também estão ótimas.

O filme se alonga demais
O filme se alonga demais

No entanto, O Colibri é um filme que se alonga, tendo mais de 2 horas de duração, e o roteiro consiste, basicamente, em acompanhar a vida de seu protagonista, que em alguns momentos é sim, fantástica e muito interessante, mas em outros, é comum e ordinária, como a de qualquer pessoa. Por isso mesmo, depois de um tempo, parece que estamos acompanhando uma trama sem muitas reviravoltas ou acontecimentos, ainda que assistamos momentos tristes e alegres.

O Colibri é um filme instigante, mas que se torna um pouco cansativo com o tempo, porque retrata uma trajetória como qualquer outra. O filme chega aos cinemas no dia 13 de abril.

O Colibri

Nome Original: Il colibrì
Direção: Francesca Archibugi
Elenco: Pierfrancesco Favino, Bérénice Bejo, Kasia Smutniak, Laura Morante, Nanni Moretti
Gênero: Drama
Produtora: Fandango
Distribuidora: Pandora Filmes
Ano de Lançamento: 2022
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