O Enfermeiro da Noite

Baseando-se no livro de Charles Graeber, sobre os fatos ocorridos duas décadas atrás, Tobias Lindholm dirige de maneira muito sofisticada e insólita O Enfermeiro da Noite, esse thriller com poderosas atuações.

Eddie Redmayne incorpora Charles Cullen, que dá título ao filme, de uma maneira ao mesmo tempo sensível e assombrosa, à medida que Jessica Chastain interpreta Amy Loughren, que sofre com uma condição cardíaca, enquanto serve como peça fundamental nessa narrativa de ritmo lento, sim, mas que funciona justamente por usar de seus pormenores para criar essa atmosfera aflitiva. Com detalhes verídicos tão impressionantes, não precisa muito da adaptação para fazer dessa produção algo de qualidade.

O Enfermeiro da Noite

Lindholm opta por não expor tanto a vida pessoal de Cullen, justamente para evitar com que o público se identificasse com o discreto serial-killer, que no livro de Graeber, é identificado como um “tipo triste de Mr. Rogers” (Fred Rogers é uma figura famosa dos EUA, mais ou menos equivalente ao nosso Silvio Santos), dado sua infância traumática e comportamento melancólico e agradável.

Por outro lado, o roteiro preserva o mistério da vida real também no filme: de que não existe uma razão aparente para os assassinatos cometidos, já que Cullen entrou em detalhes. Em uma experiência de imersão, O Enfermeiro da Noite é um suspense de primeira e impacta tanto por suas atuações, quanto pelos fatos de um recorte histórico terrível, do qual inacreditavelmente os hospitais saíram impunes. Talvez com esse filme, não mais.

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