O Evangelista
Roteiro mal desenvolvido e personagens sem profundidade
Aos sete anos, Bill (Keith Collins) viu sua mãe (Jennifer Thal) ser assassinada por um serial killer que se autodenominava como O Evangelista. Depois de adulto, Bill parece um cidadão modelo, mas tem um segredo terrível.
Quando ele se aproxima da psicóloga Laura Cooper (Samantha Artese), ela passa a perceber o estranho comportamento de Bill.
A trama
O Evangelista tem uma trama bem simples: Bill assistiu sua mãe ser assassinada por um serial killer chamado O Evangelista, cujo modus operandi consiste em deixar uma bíblia na cena do crime, e isso, naturalmente, lhe deixa sequelas e traumas muito graves.
Até aí a história é clara e faz bastante sentido. Mas o filme não se desenvolve muito bem, primeiro porque não sabemos quase nada do primeiro Evangelista, aquele que matou a mãe de Bill. Não sabemos, por exemplo, quantas pessoas ele matou, se a mãe de Bill foi sua última vítima, ou se ele foi preso depois disso. Logo após o assassinato da mãe de Bill, o filme informa os telespectadores que se passaram trinta anos e que agora existe um novo Evangelista.
A partir disso, a plateia já pode entender mais ou menos para onde a trama vai e isso é outro problema, afinal de contas, não existe muito mistério, é só juntar o começo da história com os fatos que vão sendo dados ao longo do tempo, para descobrir a grande revelação – que não é uma revelação de fato – do filme. O Evangelista também não é um filme que tem como intenção explicar a mente de um serial killer, como acontece por exemplo, com Maníaco ou O Assassino em Mim, já que esta produção não tenta fazer nenhuma análise da personalidade de Bill ou do antigo Evangelista.
Dois pontos de vista
O Evangelista também conta sua história de dois pontos de vista: um é o de Bill e o outro do detetive Edward Legros (Michael Billy), que está investigando os assassinatos. A delegacia, no entanto, ganha menos destaque do que Bill, que não só é visto na sua casa, como também se consultando com Laura.
A investigação também não é muito interessante, e poucos fatos realmente são apresentados, isso porque o roteiro é bobo e não tem nenhuma substância. Além disso, o chefe de Edward, John Vance (Doug Bollinger) é cheio de piadinhas que não combinam nem com o filme, nem com a trama e nem com ambiente onde as cenas se dão.
O longa também não se aprofunda muito nem em uma história, nem em outra.
Aspectos técnicos de O Evangelista
Este é um filme que tem, claramente, recursos escassos, os cenários são poucos e o elenco é bem pequeno, tudo parece muito caseiro e quase amador. Isso por si só não é um problema, já que o filme ainda poderia ter uma boa trama apesar dessas questões, mas infelizmente o roteiro é mal escrito e não tem quase nenhum desenvolvimento de seus personagens.
Embora parta de uma boa ideia, que seria acompanhar a formação de um serial killer, o filme não explora nada disso. Os crimes nem chegam a ser sanguinários, mas soam apelativos. Não existe muita explicação sobre quem é e como age O Evangelista, seja o primeiro ou o segundo. Outro grande problema do longa é que não existe qualquer mistério, afinal de contas, não é preciso muito esforço para entender o que se passa no filme.
O longa também aposta em comédia em momentos inoportunos, como basicamente com todas as piadas do delegado ou quando alguém na delegacia comenta que um dos mortos de fato se chamava John Doe – “John Doe” é uma termologia em inglês para um corpo masculino que ainda não foi reconhecido.
Keith Collins, que interpreta Bill, tem uma performance mediana, mas o resto do elenco é bem ruim, especialmente Samantha Artese, que interpreta Laura, o que piora ainda mais a experiência de assistir esse filme.
O Evangelista tem poucos motivos para ser elogiado e embora ele até tenha uma trama que poderia ser interessante, seu roteiro é bobinho, mal escrito e sem nenhum suspense. Uma pena.