O Menino que Fazia Rir, a tragédia de um comediante
Hans-Peter Kerkeling (interpretado no filme por Julius Weckauf) é um dos maiores comediantes da Alemanha, e é capaz de fazer qualquer pessoa rir, mas o que ninguém sabe é que sua infância foi repleta de eventos trágicos que ele enfrentava com humor. O Menino que Fazia Rir nos apresenta também sua extraordinária família: sua mãe (Luise Heyer), uma mulher gentil e um tanto cética; seu pai (Sönke Möhring), um homem trabalhador que não tem muito tempo para a família; e seus avôs e avós, extremamente dedicados aos netos.
O filme mostra uma família divertida e unida, inclusive entre membros que são ligados apenas pelo casamento dos pais de Hans-Peter e pelo seu nascimento e de seu irmão. Muitos dos momentos divertidos se dão quando Hans-Peter está com seus familiares.
Para a plateia, fica a vontade de fazer parte daquilo, mesmo que seja somente durante a sessão.
O Menino que Fazia Rir
Outro ponto marcante do filme é o humor. Hans-Peter mostra uma vocação óbvia para fazer rir desde pequeno e por isso, o acompanhamos fazendo imitações, cenas e piadas que mais tarde fariam parte de seu repertório.
Hans-Peter também usa o humor para lidar com os seus problemas. No começo, são problemas pequenos, como a provocação dos amiguinhos da escola e o medo de passar vergonha; mais tarde, o humor se torna a ferramenta de Hans-Peter para sobreviver a uma série de momentos tristes que a vida lhe impõe.
O Menino que Fazia Rir não é só uma cinebiografia, mas também é uma ode ao riso e uma lição de que muitas vezes, rir é mesmo o melhor remédio.
Aspectos técnicos de O Menino que Fazia Rir
O Menino que Fazia Rir é um filme simples, que não usa muitos efeitos e nem tem um roteiro extremamente elaborado. Por outro lado, a caracterização é bem feita e nos transporta para a década que retrata. Ele se dedica a contar a infância de Hans-Peter, mas nos da diversos elementos de quem é o Hans-Peter adulto.
O filme intercala momentos de diversão com momentos tristes, seja quando acompanhamos a família, ou quando assistimos às graças de Hans-Peter, se tornando uma mistura de comédia e tragédia. Pode parecer uma combinação absurda, mas os dois gêneros se complementam, como se um não existisse sem o outro.
Uma vez que é um filme que fala de infância, o clima é bem nostálgico, daqueles que levam a plateia de volta à sua própria infância e às suas próprias memórias, o que combina com a mensagem que o filme quer passar.
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Boa parte da qualidade do filme se deve ao elenco, que está muito bem e que prende a atenção dos espectadores. Luise Heyer, que interpreta a mãe de Hans-Peter, consegue acompanhar a ideia do filme e nos entrega uma atuação que tem comédia e tragédia. No entanto, a grande revelação do elenco é Julius Weckauf, que é uma gracinha e extremamente divertido.
O único problema é exclusivo do mercado brasileiro, uma vez que o biografado não é conhecido aqui. Portanto, fica difícil fazer uma comparação entre a pessoa real e o personagem na tela ou sequer saber se a trama tem algum ponto de realidade. Não que isso estrague o filme, é possível se entreter com ele mesmo sem conhecer nada da vida de Hans-Peter e até mesmo assisti-lo da mesma maneira que se assiste a um bom filme de ficção.
O Menino que Fazia Rir é uma história real que fala sobre a importância do riso e que ensina uma verdadeira lição de vida, mesmo se visto como uma ficção.
Em cartaz nos cinemas a partir do dia 26 de setembro.