O Nome da Morte, como nasce um pistoleiro

No filme O Nome da Morte acompanhamos a história de Julio Santana (Marco Pigossi), um jovem que sai do interior com seu tio (André Mattos), onde vive uma vida miserável. para se tornar um matador profissional. No começo, receoso em fazer o trabalho, Julio acaba se acostumando, uma vez que essa é a única fonte de sustento que tem.

O filme é baseado no livro do jornalista Klester Cavalcanti e conta uma história real. O longa é de uma maneira geral, bem feito.

Ele tem uma atmosfera que nos remete rapidamente a filmes de terror, a trilha sonora é composta de músicas instrumentais sinistras, que causam uma certa tensão no espectador, como se algo ruim fosse acontecer a qualquer momento. A fotografia segue a mesma linha, ela é escura em muitos momentos, como se para refletir o tema do qual o filme trata.

Marco Pigossi é Julio, um pistoleiro

O roteiro se dedica a contar uma história que parece quase absurda, então é bem surpreendente descobrir que o que é mostrado no filme de fato, aconteceu. O protagonista é sem dúvida nenhuma um personagem bem profundo, o filme usa o tempo todo da dicotomia do pistoleiro implacável, que parece não ter pena nenhuma de suas vitimas com o homem gentil, que é um bom pai e um bom marido. Já a sua esposa, Maria (Fabiula Nascimento) é retratada como uma mulher submissa e que permanece ao lado do marido mesmo quando não concorda com suas atitudes, e que para suportar tudo isso, precisa de refúgios. A evolução dos dois personagens é muito bem mostrada no filme. Maria passa de uma jovem sem qualquer perspectiva de futuro, para uma dona de casa, esposa e mãe e por fim, a uma mulher com uma relativa segurança financeira, mas que tem que aceitar o trabalho do marido. Já Julio passa de um rapaz inocente do interior, a um matador frio, mas o mais importante é que os dois se acostumam com este estilo de vida, provando que o ser humano pode se adaptar a tudo, desde que isso seja necessário.

Por outro lado, o filme também faz uma denúncia a total falta de educação e oportunidade no país, uma vez que Julio só está nessa vida porque precisa sobreviver de alguma maneira e não tem outra saída e Maria, só aceita tudo isso, porque também não tem qualquer outra opção. Outro assunto que o filme traz à tona é a indústria da morte. Condena-se veementemente o pistoleiro, que faz o serviço e se questiona se ele não se sente culpado pelo ato, mas pouco se fala de quem fabrica a arma, ou de políticos e pessoas que são completamente a favor do porte de armas.

O elenco todo está muito bem, Marco Pigossi, no seu primeiro papel no cinema, é o protagonista e consegue carregar o filme bem, seu personagem é crível e realista e o ator consegue demonstrar com bastante habilidade as mudanças pelas quais seu personagem passa; Fabiula Nascimento como sempre, está ótima em um papel bem diferente do que estamos acostumados a vê-la. O elenco ainda conta com André Mattos, no papel do tio de Julio, que o apresenta a vida de pistoleiro, seu personagem é quase como um mafioso de filmes de gângster, mas ele tem algumas cenas de humor que quebram o seriedade do longa e Matheus Nachtergaele e Tony Tornado como clientes que contratam os serviços de Julio.

Fabiula Nascimento em cena do filme.

O Nome da Morte flui muito bem e entretém a plateia, porém não tem uma grande reviravolta e por isso, pode cansar algumas pessoas. Embora fale de diversos assuntos, o filme não parece querer passar nenhuma lição, mas certamente não é um desperdício de tempo.

O Nome da Morte entra em cartaz no dia 2 de agosto.

O Nome da Morte

Nome original: O Nome da Morte

Elenco: Marco Pigossi, Fabiula Nascimento, André Mattos, Matheus Nachtergaele, Tony Tornado

Gênero: Biografia, Drama

Produtora: TV Zero

Distribuidora: Imagem Filmes

Direção: Henrique Goldman

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