O Rei de Roma, uma comédia sobre assuntos sérios
Em O Rei de Roma, Numa Tempesta (Marco Giallini) é um financista rico que vive de golpes e corrupções. Até que um dia ele é pego e condenado a prestar serviço social em um centro de recepção. Lá ele começa a conhecer os frequentadores e até se torna amigo de Bruno (Elio Germano) e seu filho, Nicola (Francesco Ghegi).
Corrupção
Numa é um homem extremamente rico, que tem o que quer, mas muito do que ele conseguiu se deve a golpes que ele aplica sem qualquer remorso. Quando finalmente é pego e tem que pagar pelos seus crimes, ele não os considera crimes. Em diversos momentos do filme, Numa diz que as pessoas deviam se preocupar com os “criminosos de verdade”.
Quando ele começa a fazer serviço social no centro de recepção, ele então passa a ensinar um pouco de economia para os frequentadores do local. Mas como minimiza os efeitos dos golpes que ele mesmo fazia, acaba estimulando os outros a fazerem igual, mesmo que seja contra ele próprio.
No entanto, O Rei de Roma não é só um filme sobre corrupção. Ele também fala sobre a evolução no caráter e na personalidade de seu protagonista.
Pobreza e riqueza
O Rei de Roma também mostra uma incrível disparidade entre os ricos e os pobres, não só para Numa, mas também para o público. Quando Numa começa a trabalhar no centro, ele não tem a menor ideia de como é a vida de pessoas que não tem nem onde dormir. Mas conforme vai convivendo com estas pessoas, ele começa a perceber as injustiças da vida.
Embora no começo ele se recuse a se aproximar daquelas pessoas e até reforce ideias de meritocracia, Numa vai aprendendo com o tempo e vai se tornando amigo dos frequentadores, a ponto de convidá-los para passarem um tempo em sua casa. Essa situação reflete um pouco do que acontece na Itália e, à sua maneira, fala sobre desigualdade social e corrupção.
Isso não só torna o filme reconhecível para quem de fato vive na Itália, mas também apresenta pontos de vista que não são tão conhecidos por quem não conhece o lugar.
Aspectos técnicos de O Rei de Roma
O filme pode ser definido como uma comédia que apresenta temas um pouco mais dramáticos. Mas tudo é tratado de maneira muito divertida. O roteiro é bem escrito, no entanto, em determinados momentos, o filme fica um pouco mais parado, o que faz com que o espectador perca um pouco do interesse.
O elenco funciona bem em seus papeis e em sua maioria entrega uma atuação consistente. Elio Germano, que interpreta Bruno, está muito divertido e faz um personagem bem carismático e fácil de gostar. Já Francesco Ghegi, que interpreta Nicola, faz um personagem mais quieto, mas que é extremamente importante na trama e chama bastante atenção.
O Rei de Roma é um filme divertido que, à sua maneira, fala de assuntos sérios. O filme entra em cartaz no dia 07 de março.