O Segredo da Cabana, um terror diferente
Um grupo de cinco amigos vai passar um final de semana em uma cabana na floresta. Chegando lá, eles encontram um diário que libera um mal inominável no mundo.
Até aí, a sinopse de O Segredo da Cabana faz o filme parecer “mais um daqueles filmes adolescentes de terror, onde os personagens morrem um por um até que sobre a menina certinha e virgem”, certo? Mas o filme é exatamente o contrário disso, já que a ideia por traz do roteiro é justamente perverter e reinventar o gênero.
Os personagens
O grupo de cinco amigos é composto por Dana (Kristen Connolly), a garota certinha, Jules (Anna Hutchison), a melhor amiga atirada, Curt (Chris Hemsworth), o atleta que namora Jules, Marty (Fran Kranz), o drogado e Holden (Jesse Williams), amigo de Curt, convidado para ser apresentado a Dana. É já na apresentação de personagens que O Segredo da Cabana é diferente dos outros filmes de terror. Dana, que supostamente é a virgem estudiosa que sobrevive, não é virgem. Sua amiga, que se encaixa no estereótipo de “gostosa”, é tão estudiosa quanto Dana e acabou de mudar o estilo de se vestir e seu cabelo. Curt, o atleta que deveria fazer comentários idiotas e machistas, na verdade acabou de defender uma tese sobre o feminismo.
Quando os amigos chegam à cabana, seu comportamento começa a mudar e eles vão cada vez mais incorporando os estereótipos clássicos dos filmes de terror. Dana, que parecia genuinamente interessada em Holden, começa a recusar suas investidas; Curt faz comentários cada vez mais burros e misóginos e Jules parece completamente possuída pelos seus hormônios.
Enquanto acompanhamos tudo isso, também acompanhamos uma empresa que parece estar assistindo e muitas vezes influenciando o que acontece na cabana, o que deixa mais do que claro que esse não é um filme de terror normal.
Terror com comédia
O Segredo da Cabana quer, na verdade, tirar sarro dos filmes do gênero, mas o faz em forma de homenagem. Filmes de terror que fazem alusão ao próprio gênero não são exatamente uma novidade, Pânico de Wes Craven fez isso há muitos anos atrás, mas O Segredo da Cabana vai mais longe, ele explica cada mecanismo e cada clichê para o público, que certamente já conhece e reconhece todos eles.
O resultado disso é um terror com aspectos de comédia que tem tudo para agradar os fãs, que certamente vão reconhecer.
É notório que o gênero do terror precisa ser renovado com uma certa frequência, uma vez que a tendência é que se caia no clichê facilmente, e essa inovação é algo que acontece de década em década. É só pensar nos tantos tipos de terror que já vimos passar pelas telas (trashs, terror adolescente, terror psicológico…), mas O Segredo da Cabana faz algo completamente diferente, e mistura terror com humor sem ficar trash e sem transformar o filme em um “terrir”.
A trama do filme se revela cada vez mais absurda, mas isso é bom e faz todo o sentido dentro da história, por isso, ela vai fazendo sentido conforme você vai assistindo.
Numa época em que filmes de terror são todos parecidos e não acrescentam nada de novo, O Segredo da Cabana é um terror completamente diferente, que pode ser um refresco no gênero.