O Talismã, de Stephen King e Peter Straub
Uma fantasia sombria
Jack Sawyer tem 12 anos e assiste à mãe morrendo de câncer. Ele descobre que com a ajuda de um artefato conhecido como o Talismã, ela pode se salvar e resolve partir em busca dele.
Na sua jornada pelos Estados Unidos, ele acaba encontrando uma outra realidade e chegando a um lugar chamado Os Territórios, lá todas as pessoas têm duplos, inclusive a mãe de Jack, cujo duplo é a rainha, que também está doente.
Jack viaja entre mundos, encontrando pessoas e criaturas perigosas, enquanto deposita todas as suas esperanças no Talismã.
Os mundos paralelos
O Talismã tem uma trama que viaja entre dois mundos: o mundo real, onde Jack vive com sua mãe doente, e um universo paralelo, que é uma espécie de terra fantástica, repleta de criaturas e que vive sob um sistema feudal. Esses dois mundos se espelham, então, uma rígida escola para meninos infratores no mundo real é uma prisão no universo paralelo.
As pessoas também se espelham e Jack cruza com vários duplos de pessoas que ele conhece no mundo real, um deles é a rainha Laura DeLoessian, o duplo da sua mãe – que é conhecida como “a rainha dos filmes B” -, e que também está doente. Jack é uma exceção, seu duplo morreu apenas no universo paralelo, o que faz com que Jack possa passar de uma realidade para a outra.
Nesse sentido, O Talismã é uma história que pende bastante para a fantasia e que até usa vários elementos da jornada do herói, como por exemplo, essa ideia de que Jack é único, porque parece ser uma das poucas pessoas que pode transitar entre esses dois mundos e que o faz sempre que precisa.
Fantasia e horror
O Talismã é, em muitos sentidos, um livro de fantasia, mas naturalmente que com autores como Stephen King e Peter Straub, famosos por seus livros de terror, a obra tem vários aspectos do gênero. O livro é uma fantasia sombria que nos leva para esse mundo fantástico, que ainda é assustador.
A vida real de Jack não é nada fácil, ele é filho de uma mãe solo que está morrendo de câncer, o garoto tem 12 anos e percebe que vai ficar sozinho no mundo. Parece quase natural que ele queira sair dessa realidade e se refugiar em um universo fantástico e é o que Jack faz, mas não da maneira que esperemos.
Quando Jack chega aos Territórios, ele chega porque está buscando o Talismã que pode supostamente salvar sua mãe, ou seja, ainda que esteja nessa terra fantástica, Jack ainda está pensando no mundo real e na doença da mãe dele. Além disso, o mundo fantástico onde Jack entra não é bonito e cheio de criaturas mágicas, ele é terrível, assustador e repleto de pessoas perigosas.
O Talismã na mídia
O livro ganhou uma continuação chamada A Casa Negra, que acompanha Jack já adulto, investigando uma série de assassinatos infantis.
A história também virou um curta-metragem em 2008, e uma revista em quadrinhos, em 2009. Um longa metragem inspirado no livro foi anunciado há muito tempo atrás, mas nunca saiu do papel. O livro também vai virar uma série da Netflix.
O Talismã é uma mistura de terror e fantasia e passeia entre os dois gêneros de maneira bem-feita, enquanto fala sobre problemas imaginários e problemas da vida real.