O Urso do Pó Branco
Tem filmes que te ganham na premissa. Geralmente eles são fáceis de se explicar, porque é algo tão genial ou inusitado, que não tem como não chamar a atenção. “O Urso do Pó Branco” (uma pena que tiraram a cocaína do título “Cocaine Bear”) é desses filmes que viram sucesso no momento que se explica sobre o que ele trata: é um urso viciado em cocaína.
Pronto, taí: me ganhou. Foda-se, não quero saber quem tá no filme, não quero saber quem dirige, não quero saber se é bom (claro que é, é um URSO VICIADO EM COCAÍNA), eu só quero apreciar por uma hora e meia essa ideia sendo explorada.
Quem tá no filme O Urso do Pó Branco
Mesmo assim, é interessante saber que quem dirige o filme é a Elizabeth Banks e ninguém menos que a atriz-focada-em-personagem Margo Martindale faz uma excelente participação. Este também deve ser o último filme de Ray Liotta, que morreu em maio do ano passado.
E também tem um urso em CG. Não parece que o time de computação se esforçou demais, mas vez ou outra aparece uma pata claramente feita com efeitos práticos, muito mais falsa e, consequentemente com um resultado muito melhor. Porque esse é um filme que evidentemente não se importa muito com a própria fidelidade à história real.
O urso de verdade
Sim, porque a premissa é ridícula e absurda, mas é fantástico descobrir que o filme é inspirado em fatos reais. O traficante Andrew Thornton, responsável pelos pacotes de cocaína que caíram em um parque nacional, realmente existiu. A história real é bem menos sangrenta: o urso da cocaína também existiu, mas foi encontrado morto por overdose. Um final bem mais chato e uma trama bem mais simplória que o banho de sangue desenfreado que o filme mostra.
Ainda bem, porque ele é divertido à beça justamente por não se levar à sério. É uma bagunça deliciosa, com braços e pernas decepados, e intestinos à mostra. O filme tem personagens demais, mas tudo bem porque aquele urso locão tem que comer, então todo mundo é muito descartável (até quem não é).
Cocaínaaaaaaaa
E é basicamente isso: você já sabe o que encontrar. Se você gostou de “Serpentes a Bordo” (Snakes on a Plane), o filme é pra você. Ele não se leva a sério, então seria burrice o público levá-lo. E isso é um mérito da produção.
E eu sinceramente torço para que ele inspire uma nova linha de filmes sobre animais usando drogas: marmotas viciadas em crack, cobras que usam LSD, leões relaxadaços fumando maconha, polvos usuários de metanfetamina… E, é claro, a seqeência envolvendo ursos em clínicas de reabilitação. Só vem.