Olhos de Serpente

Olhos de Serpente é um plano-sequência formidável do começo ao fim, apresentando um Nicolas Cage mais surtado do que nunca.

Poucos filmes podem se gabar de ter uma história mediana, mas que ganham justamente pela maneira como são contados. Olhos de Serpente é um desses casos. Um dos trabalhos menos comentados do grande Brian De Palma (que é também um dos meus diretores prediletos), é também um dos mais ousados tecnicamente.

Mais de dez anos antes de Sam Mendes nos impressionar com 1917, o cineasta responsável por Scarface e Os Intocáveis brinca com a movimentação nervosa e sagaz da câmera, com os jogos de ângulos, para fortalecer sua narrativa de um crime político durante uma luta de boxe. A maneira como De Palma apresenta seu protagonista insuportável e egocêntrico (na figura super surtada de Nicolas Cage), a situação pré-crime, o desenrolar, a reconstituição com outros pontos de vista, até sua enervante resolução, é brilhante do começo ao fim.

Uma aula de sétima arte, com cenários grandiosos e muita valorização de figurantes, que sempre estão fazendo algo ao fundo, independentemente do foco principal. Olhos de Serpente é cinema com C maiúsculo, que faz uma baita falta nos dias de hoje.

Etiquetas
Botão Voltar ao topo
Fechar