As polêmicas do filme Aquarius

Se você não conhece ou nunca ouviu falar do filme Aquarius, do diretor recifense Kleber Mendonça Filho, você está “deixando passar” o filme nacional mais polêmico dos últimos anos!!

Tudo começou quando o longa foi escolhido na mostra competitiva do festival de Cannes, que é simplesmente o mais prestigiado festival de cinema do mundo!

No tapete vermelho da exibição do festival, em maio deste ano, o elenco e a equipe do filme decidiram protestar contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef, ato este que repercutiu no mundo todo. Os cartazes que eles mostraram durante as tradicionais sessões fotográficas para a imprensa internacional, diziam que ocorria um golpe de estado no Brasil e que as instituições internacionais deveriam “ficar de olho” no nosso país.

O governo interino brasileiro, personificado na pessoa do político Michel Temer, veio a publico para reclamar do ato e uma campanha internacional de desmentidos e retóricas foi iniciada. Ao mesmo tempo, parte da imprensa que apóia o processo, inaugurou uma outra campanha: a de desmerecimento do filme e da equipe.

A obra não ganhou o prêmio em Cannes, mas o filme se saiu muito bem perante a crítica internacional, que o viu como um filme muito importante para o momento que o Brasil vive. Sublinhando a interpretação de Sônia Braga como “divina”.

O tempo passou e o longa ganhou vários prêmios em diversos festivais pelo mundo, mas ainda não havia chegado ao Brasil.

Para estrear qualquer filme no nosso país, é necessário que ele seja submetido e exibido para um órgão de classificação indicativa, que define a idade mínima permitida de acesso ao mesmo nos cinemas. Que no caso de Aquarius, foi a mais alta possível: a de 18 anos.

A produtora do longa entrou com uma ação no Ministério da Cultura para que fosse revista essa “censura” tão alta, o que acabaria impactando nas bilheterias. A reposta da entidade foi taxativa: a indicação estava correta. E alegou que haviam “situações sexuais complexas” no filme que validavam a decisão.

Muitas pessoas, juntamente com a equipe do longa, viram essa ação como uma retaliação do governo interino ao protesto em Cannes e foram às redes sociais para reclamar.

Mas a coisa pegou fogo mesmo quando foi escolhida a comissão anual brasileira do Oscar, que como o nome diz, escolhe o filme brasileiro que irá representar o país na premiação americana. Para encabeçar a lista de jurados, foi chamado o crítico de cinema Marcos Petrucelli, que teceu críticas públicas, já em maio, contra o protesto da equipe de “Aquarius” em Cannes e que tem se mostrado um defensor voraz da nova política instaurada no país.

Pronto, a bomba foi acionada!

Grande parte da comunidade artística entrou na briga e decidiu protestar contra a medida, já que Aquarius seria a escolha lógica para tentar uma vaga no Oscar 2017. Alguns deles, como a cineasta Anna Muylaert, tirou seu filme “Mãe só há uma” da disputa, juntamente com Gabriel Mascaro e seu “Boi Neon“.

A própria comissão foi abalada com a polêmica e viu a sua credibilidade enfraquecer quando dois integrantes, o cineasta mineiro Guilherme Fiúza Zenha e a atriz Ingra Lyberato, anunciaram seus desligamentos da entidade, alegando “questões pessoais” e incompatibilidade.

A polaridade política atual brasileira entrou na parada e mesmo sem ver um minuto que seja do longa, as pessoas passaram a atacá-lo e chamá-lo de comunista, petista e corrupto. Ao mesmo tempo, outras passaram a defendê-lo e a dizer que o longa não merecia a classificação que ganhou e que ele estaria sendo perseguido pelo governo interino… também sem ver o filme!

Enfim, Aquarius estréia no Brasil nesta quinta feira, dia 01 de setembro e a previsão é a de que muuuuita polêmica ainda está por vir!!

O Vitamina Nerd já viu o filme! Clique aqui para saber o que achamos do longa!

E você. o que acha de toda essa polêmica?! Comente!

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