Rio Doce

Um estudo da paternidade

Tiago (Okado do Canal) vive na periferia de Recife, luta com a falta de dinheiro, com uma constante dor nas costas e com a criação da filha. Um dia, uma mulher o informa que seu pai, que ele nunca conheceu, acabou de falecer e que ele não só tem uma família que não conhece, como também tem uma herança para receber.

Tiago então, se vê encontrando pessoas que nunca viu antes e que não parecem fazer questão da sua presença, enquanto tenta entender sua relação inexistente com seu pai e sua relação com a própria filha.

Relações paternas

O grande tema de Rio Doce são as relações paternas, e elas aparecem de formas diferentes, representadas por personagens diferentes. Tiago é um homem jovem vivendo na periferia de Recife, que lida com várias questões como a falta de dinheiro, uma dor nas costas que nunca passa e uma relação complexa com a mãe de sua filha. Ele tenta, no entanto, ser um bom pai.

O filme acompanha um homem lidando com a paternidade
O filme acompanha um homem lidando com a paternidade

Tiago nunca conheceu seu próprio pai, mas o plot twist do filme é justamente esse: ele descobre que seu pai morreu e que ele tem uma herança para receber. Mas não é só isso, ele tem uma família que nunca conheceu, que vive em um bairro de classe média, e que não parece muito feliz com a existência de Tiago. Em uma conversa com a mãe, Tiago fica sabendo que o pai nunca se interessou por ele, o que torna a situação ainda mais complexa.

O protagonista então, se vê dividido entre as duas paternidades que conhece, a de seu pai, da qual ele sabe muito pouco e passa a conhecer conforme conhece sua “família”, e a sua própria, que é complexa, também devido à relação que ele nunca teve com seu pai.

Dois mundos diferentes

Tiago também passa a conhecer uma nova realidade depois que fica sabendo da identidade de seu pai, e o telespectador assiste a representação de dois mundos muito diferentes.

Rio Doce flerta com o tom documental
Rio Doce flerta com o tom documental

O protagonista é um jovem de classe baixa, e a família de seu pai é de classe média alta, Tiago não só está os conhecendo e sabendo quem era seu pai, mas também tendo acesso a essa realidade que antes lhe era desconhecida.

Por outro lado, fica claro que a família do pai não está feliz com a presença de Tiago, por uma série de motivos, como o fato dele ser um filho fora do casamento, pelo fato deles terem que dividir a herança e também porque ele vem da periferia.

Aspectos técnicos de Rio Doce

Este é um filme de ficção, mas com um ar bem documental, tudo no longa parece muito natural, e vemos até algumas fotos de Okado do Canal mais novo ao longo do filme. A trama também remete demais a realidade, já que ela retrata um jovem que nunca conheceu o pai. O plot twist aqui é a descoberta de quem é esse pai e o que se desenvolve a partir disso, sendo possível explorar uma série de temas com o que vem à tona e o filme faz isso bem.

O longa aborda várias questões
O longa aborda várias questões

Esse tom documental ajuda o filme, já que todos os atores soam naturais na pele de seus personagens. A linguagem de Rio Doce não é a de um documentário tradicional e é claro que é possível notar que essa é uma obra de ficção, mas que soa bem real.

No entanto, o filme é um tanto quanto lento, começa bem, mas como retrata uma história um tanto quanto comum, vai ficando um pouco cansativo. Mas claro que a obra apresenta reflexões interessantes sobre paternidade e sobre masculinidade, que são muito válidas.

Rio Doce se destaca pelo seu tema interessante, ainda que não especialmente original, e pela maneira de contar sua história. Sendo assim, o filme não é ruim, só poderia ser menos parado. Rio Doce chega aos cinemas no dia 20 de abril.

Rio Doce

Nome Original: Rio Doce
Direção: Fellipe Fernandes
Elenco: Okado do Canal, Cintia Lima, Carlos Francisco, Nash Laila, Cláudia Santos
Gênero: Drama
Produtora: Ponte Produtoras
Distribuidora: Vitrine Filmes
Ano de Lançamento: 2021
Etiquetas
Botão Voltar ao topo
Fechar