Sombra e Ossos – 1ª temporada (2021)
Adaptação dos livros da Leigh Bardugo, Sombra e Ossos tem um potencial imenso de se tornar uma das principais franquias da Netflix. Com uma proposta de fantasia diferente, a série empresta elementos históricos da Revolução Russa, onde eu consegui enxergar na Dobra (de sombra e quase intransponível) uma alegoria bem sacada, bem desenvolvida e interessante sobre o Muro de Berlim (estamos falando de nações diferentes, mas na fantasia todas as mesclas funcionam).
Repleto de personagens interessantes, a história cativa justamente pelos objetivos de cada um, e também pelo roteiro sair da mesmice e caminhar por um trajeto mais sólido e, porque não, mais “sério” de narrativa, sem abrir mão do romance bobo, a que se permite aqui e ali.
Aliás, quando a trama flerta com o triângulo amoroso à lá Crepúsculo, logo o enredo recupera sua proposta e arremessa o público para o que interessa: as tramas políticas do país dividido, o preconceito contra os Grishas e outros povos e também as maneiras poderosas de lidar com a diferença entre eles, tudo isso embalado com uma envolvente trilha sonora e um altíssimo valor de produção.
Sombra e Ossos
Para os fãs de Avatar: A Lenda de Aang, essa série traz um plus, afinal, muito do sistema de magia aplicado aqui é bem semelhante (pra não dizer inspirado) no da franquia animada, com Grishas/ dobradores de fogo, ar, sangue/ emoções e até luz, sombra e curandeiros, o que não fica só na superfície, mas também funciona dentro da própria narrativa, com vários desdobramentos interessantes.
E por mais que eu não tenha lido os livros, pesquisando por alto dá para entender que os produtores optaram por mesclar a trama da trilogia original com os dois livros recentes da autora (Six of Crow), o que pareceu uma decisão acertada, a fim de enxertar mais elementos e subtramas para essa série tão espetacular.