Sybil, de Flora Rheta Schreiber

Sinopse: O livro conta a história da psicanálise sobre as dezesseis personalidades de Sybil, levada a efeito durante onze anos e a única psicanálise de uma personalidade múltipla até então realizada. Esta narrativa vigorosa e absorvente acompanha o desenrolar estranho e angustioso da história das muitas facetas de Sybil – envolvendo a reconstituição dos primeiros e chocantes anos de sua vida, até a integração das muitas personalidades numa única. Baseado em horas de conversa com as principais personagens, em notas feitas pela Drª Wilbur, durante a análise, em diários e ensaios de Sybil, em gravação das pretensas personalidades verdadeiras e na acareação com cada uma das suas dezesseis personalidades. Este livro conta a história da luta desesperada de uma mulher que quer voltar a ser uma só.

Fonte: Skoob

Publicado em 1973, Sybil foi escrito pela jornalista Flora Rheta Schreiber e é baseado em uma história real.

No livro, Schreiber nos conta a história de Sybil, uma jovem professora substituta que teve lapsos de memórias durante a vida toda. Existem anos inteiros de sua vida que ela não tem a mais leve recordação de terem acontecido. Sybil começa a fazer um tratamento com a Drª. Wilbur, uma psiquiatra que logo desconfia que sua paciente pode ter algum distúrbio de personalidade, porém ao longo do tratamento, a médica descobre que Sybil não tem apenas dupla personalidade, ela tem, ao todo, 16 personalidades.

Segundo a autora do livro, a história de Sybil é baseada em fatos reais e os nomes foram alterados para proteger a verdadeira Sybil.

O livro foi escrito baseado nos registros da psicóloga que tratou o caso, e pode parecer que isso deixa o livro maçante, mas não é o que acontece. Embora seja baseado em anotações médicas, o livro é um romance em prosa.

Sally Field é Sybil no filme de 1976.
Sally Field é Sybil no filme de 1976.

O leitor acompanha Sibyl desde o começo, e logo percebemos que ela tem sérios problemas de memória e que as vezes se vê em algum lugar e não sabe dizer como chegou lá. Quando questionada, ela responde que isso aconteceu com ela durante toda sua vida. O livro já prende nesse momento, afinal, é natural que todo mundo queira descobrir o que acontece com a protagonista.

Quando ela começa o tratamento, o livro se torna então, mais interessante. Além de lermos sobre técnicas da psicologia da época, também entramos na mente de Sybil e é a partir desse momento que começamos a entender o que aconteceu com ela. Os momentos em que ela, no consultório, relembra sua infância e os traumas que sofreu nessa época são absurdamente assustadores e tudo se torna mais macabro quando pensamos que tudo isso é baseado em fatos reais. Sybil não é de maneira nenhuma um livro de terror e por narrar a vida de uma pessoa que de fato existiu, não se pode dizer que o livro tem vilões ou mocinhos, mas alguns dos responsáveis pelos traumas da moça são muito mais medonhos que muitos vilões de livros ou filmes de terror.

Outra coisa que é extremamente instigante no livro é quando começamos a conhecer cada uma das personalidades de Sybil. Claro que o livro não dá voz a todas as 16 personalidades, mas algumas são mais constantes e aparecem em momentos específicos ou quando Sybil precisa enfrentar alguma situação que ela própria não consegue e ela tem as mais variadas personalidades possíveis, como uma criança de 9 anos, uma moça suicida, uma personalidade que sabe da existência de todas as outras e até um menino. O sotaque, o jeito de falar e o jeito de agir de Sybil muda de personalidade para personalidade, uma delas inclusive, fala francês.

A história mostra como a mente humana é incrível e é capaz de fazer coisas absurdas para se proteger.

Tammy Blanchard e Jessica Lange no filme de 2007.

Óbvio que o livro não é uma enciclopédia sobre psicologia ou sobre transtornos mentais, mas ele explica bem o que aconteceu na mente de Sybil para que ela precisasse dividir sua personalidade dessa maneira. O livro também fala de violência e abuso infantil, de esquizofrenia e de memória reprimida.

Para quem tem o estômago fraco, Sybil não é um livro tão recomendado, já que ele é bem claro e descritivo sobre quase todos os fatos da vida de Sybil.

Devido ao sucesso do livro, Sybil foi adaptado duas vezes. Em 1976, com Sally Field no papel de principal, em um filme bem fiel ao livro e depois, em 2007, em um filme para a TV, com Tammy Blanchard como Sybil e Jéssica Lange, no papel da Dra. Wilbur.

Shirley Ardell Mason, a “verdadeira” Sybil

Há algum tempo atrás, a identidade de Sybil foi revelada. O nome dela era Shirley Ardell Manson e, mais tarde, o diagnóstico dela foi contestado pelo psiquiatra Herbert Spiegel, que alegou que Shirley sofria de histeria e que era extremamente sugestionável e por isso, foi convencida pela doutora que a tratava a fingir e atuar como as 16 personalidades diferentes, para que o livro pudesse ser vendido.

Não é possível afirmar se o diagnóstico da verdadeira Sybil é real ou fabricado, mas é um fato que o livro que narra a sua história é dificílimo de largar.

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3 Comentários

  1. Estou lendo esse livro, recomendação da minha psicóloga.
    Muito bom, estou gostando muito.
    Antes de começar com a literatura desse livro, procurei várias informações sobre Sybil.
    Aqui nesse site, foi uma excelente fonte.
    Muito obrigado.

  2. Oi, Allan. Que bom que você gostou do texto! Fico muito feliz de saber que ele foi útil na sua pesquisa.
    O livro é de fato muito bom, embora seja muito triste, né? Depois que você terminar recomendo o filme de 76, que é ótimo. O remake ainda não assisti.
    Abraços, Fernanda.

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