Tolkien, a cinebiografia do autor de O Senhor dos Anéis
Tolkien, a cinebiografia de J.R.R. Tolkien, acompanha o jovem (Nicholas Hoult) durante sua infância, sua amizade com um grupo de desajustados, seu relacionamento com Edith (Lily Collins) e o tempo em que o autor esteve na guerra.
Tolkien antes de Tolkien
O filme começa com o autor ainda criança (nessa fase interpretado por Harry Gilby). Assim, acompanhamos sua relação com a mãe (Laura Donnelly) e seu irmão mais novo. Percebemos logo no começo que Tolkien não teve um começo de vida fácil, mas também notamos que sua mãe estimulava a criatividade dos filhos. Assim, as dificuldades que passou na vida, o ajudaram a se tornar o autor que foi.
O longa aborda a vida de Tolkien antes de sequer escrever seu primeiro livro (O Hobbit), por isso não acompanhamos muito do autor escrevendo, o que é um ponto positivo. Seria maçante assistir a um filme inteiro só com um homem escrevendo e reescrevendo um livro. Por mais genial que esse homem e esse livro sejam.
Por outro lado, sua vida pré-Hobbit não é tão interessante assim. Ele sem dúvida era um homem genial, mas que teve uma vida relativamente banal. Como a produção não foca no grande acerto de sua vida, ficamos com a sensação de que estamos acompanhando um homem comum, como qualquer um de nós.
Fantasia x realidade
O filme também trabalha com a fantasia que sempre rondou a vida do rapaz. Em alguns momentos, acompanhamos a realidade ao lado da fantasia. Isso acontece especialmente nos momentos em que ele está na guerra, quando começa a lidar com os horrores presentes naquele momento.
No entanto, a trama não vai a fundo nessa ideia, apenas cita isso por cima, quando poderia ter transformado uma cinebiografia de um escritor de fantasia em um filme fantástico por si próprio.
Claro que podemos ver algumas das inspirações do autor para seus livros, como seus amigos de infância, que claramente inspiraram os quatro hobbits de O Senhor dos Anéis, e o soldado que o ajuda durante a guerra, que se chama Sam (Craig Roberts). Nesse aspecto, o filme vai fazer muito mais sentido para quem leu a obra do autor, pois vai reconhecer ainda mais detalhes. Mas isso não quer dizer que ele é incompreensível para quem não leu ou sabe pouco sobre o assunto.
Aspectos técnicos
Tolkien é um filme bem produzido, onde podemos ver um figurino que condiz com a época em que o filme se passa e atores bem caracterizados. Embora os atores, principalmente os protagonistas, não sejam extremamente parecidos com as pessoas retratadas, Nicholas Hoult e Lily Collins seguram bem os seus personagens. O resto do elenco também está bem em seus papeis, apesar do pouco tempo de tela.
O espectador também acompanha diversos efeitos bem feitos e interessantes. Especialmente nos momentos em que as fantasias de Tolkien são retratadas.
A produção talvez não tenha escolhido a melhor época da vida do autor para ser narrada em filme, embora obviamente não seja possível cobrir a vida inteira de um homem que viveu 81 anos e escreveu livros tão importantes. Entretanto, se a produção tivesse colocado em tela mais momentos ligados ao livro, o longa teria um ponto a mais.
O filme certamente tem seus méritos e mostra que Tolkien era um homem como qualquer outro e nem por isso, era menos extraordinário. O filme entra em cartaz no dia 23 de maio.