Tolkien, a cinebiografia do autor de O Senhor dos Anéis
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Tolkien, a cinebiografia de J.R.R. Tolkien, acompanha o jovem (Nicholas Hoult) durante sua infância, sua amizade com um grupo de desajustados, seu relacionamento com Edith (Lily Collins) e o tempo em que o autor esteve na guerra.
Tolkien antes de Tolkien
O filme começa com o autor ainda criança (nessa fase interpretado por Harry Gilby). Assim, acompanhamos sua relação com a mãe (Laura Donnelly) e seu irmão mais novo. Percebemos logo no começo que Tolkien não teve um começo de vida fácil, mas também notamos que sua mãe estimulava a criatividade dos filhos. Assim, as dificuldades que passou na vida, o ajudaram a se tornar o autor que foi.
O longa aborda a vida de Tolkien antes de sequer escrever seu primeiro livro (O Hobbit), por isso não acompanhamos muito do autor escrevendo, o que é um ponto positivo. Seria maçante assistir a um filme inteiro só com um homem escrevendo e reescrevendo um livro. Por mais genial que esse homem e esse livro sejam.
![Nicholas Hoult como Tolkien](https://vitaminanerd.com.br/wp-content/uploads/2019/05/tolkien01.jpg)
Por outro lado, sua vida pré-Hobbit não é tão interessante assim. Ele sem dúvida era um homem genial, mas que teve uma vida relativamente banal. Como a produção não foca no grande acerto de sua vida, ficamos com a sensação de que estamos acompanhando um homem comum, como qualquer um de nós.
Fantasia x realidade
O filme também trabalha com a fantasia que sempre rondou a vida do rapaz. Em alguns momentos, acompanhamos a realidade ao lado da fantasia. Isso acontece especialmente nos momentos em que ele está na guerra, quando começa a lidar com os horrores presentes naquele momento.
No entanto, a trama não vai a fundo nessa ideia, apenas cita isso por cima, quando poderia ter transformado uma cinebiografia de um escritor de fantasia em um filme fantástico por si próprio.
![Tolkien e Edith](https://vitaminanerd.com.br/wp-content/uploads/2019/05/tolkien02.jpg)
Claro que podemos ver algumas das inspirações do autor para seus livros, como seus amigos de infância, que claramente inspiraram os quatro hobbits de O Senhor dos Anéis, e o soldado que o ajuda durante a guerra, que se chama Sam (Craig Roberts). Nesse aspecto, o filme vai fazer muito mais sentido para quem leu a obra do autor, pois vai reconhecer ainda mais detalhes. Mas isso não quer dizer que ele é incompreensível para quem não leu ou sabe pouco sobre o assunto.
Aspectos técnicos
Tolkien é um filme bem produzido, onde podemos ver um figurino que condiz com a época em que o filme se passa e atores bem caracterizados. Embora os atores, principalmente os protagonistas, não sejam extremamente parecidos com as pessoas retratadas, Nicholas Hoult e Lily Collins seguram bem os seus personagens. O resto do elenco também está bem em seus papeis, apesar do pouco tempo de tela.
![O filme aborda a relação de Tolkien e Edith](https://vitaminanerd.com.br/wp-content/uploads/2019/05/tolkien03.jpg)
O espectador também acompanha diversos efeitos bem feitos e interessantes. Especialmente nos momentos em que as fantasias de Tolkien são retratadas.
A produção talvez não tenha escolhido a melhor época da vida do autor para ser narrada em filme, embora obviamente não seja possível cobrir a vida inteira de um homem que viveu 81 anos e escreveu livros tão importantes. Entretanto, se a produção tivesse colocado em tela mais momentos ligados ao livro, o longa teria um ponto a mais.
![Embora não seja extremamente parecido com o autor, Hoult segura bem seu personagem](https://vitaminanerd.com.br/wp-content/uploads/2019/05/tolkien04.png)
O filme certamente tem seus méritos e mostra que Tolkien era um homem como qualquer outro e nem por isso, era menos extraordinário. O filme entra em cartaz no dia 23 de maio.