Uncharted – Fora do Mapa
Lançado em 2007, o jogo de Uncharted é um misterioso sucesso. Uma espécie de Tomb Raider sem muitas tumbas e sem muitos peitos, o jogo ganhou três continuações, aparentemente alguma delas boa. Eu joguei apenas o primeiro recentemente e achei uma mecânica confusa, uma história boba e quebra-cabeças chatos, então não sei o que fez a franquia ser um sucesso, parece que ela melhora com o tempo.
Mas eu guardei minha opinião impopular sobre o jogo em uma gaveta e fui assistir ao filme com a mente aberta e o coração livre. Mesmo sabendo que filmes baseados em jogos costumam ser esse lixo todo aí.
A maldição dos filmes de videogame
A série Arcane foi um marco histórico por ser a primeira produção baseada em videogames a ser boa de verdade. Até então, o resto era tudo lixo. Uncharted não foge da regra e também é ruim. E nem é ruim porque ele tenta se manter fiel ao jogo, já que ele nem se esforça muito nessa direção: os dois personagens principais, Nathan e Sullivan, estão consideravelmente mais novos, como se este fosse um filme de origem da aventura de ambos.
Também fica óbvio o interesse dos produtores de fazer dos filmes uma franquia, tal qual os jogos. Grande parte do filme é construção de relação entre personagens, mas quem já jogou sabe quem é quem, então nem esse dramalhão engata muito.
Indiana Jones de araque
É uma aventurazinha absurda e sem muito sentido. O filme em alguns momentos se acha um Indiana Jones, inclusive citado por um dos personagens. Na maioria das vezes ele soa como “A Lenda do Tesouro Perdido“, aquela caça ao tesouro estrelada pelo Nicolas Cage, mas com muito menos brilho. Os mistérios não animam e o público assiste o filme só por assistir, sem muito entusiasmo.
Nem o carisma de Tom Holland e nem o corpo malhado propositalmente sem camisa dele conseguem salvar o filme. O roteiro é tosco e ele tem a proeza de conseguir que absolutamente nenhuma piada funcione. É normal que uma ou outra piada não entre bem, mas Uncharted é o primeiro filme que eu vejo no qual absolutamente todos os chistes fracassam. Incrível.
Uncharted – Piratas do Playstation
Mas se o roteiro é tosco e previsível, as cenas de ação pelo menos são bem feitas. O ato final tem um clímax bem divertido, criativo e diferente. Ele até me lembrou dos bons momentos de aventura de Piratas do Caribe, que tem algumas das cenas mais empolgantes do gênero ultimamente. É claro que falta muito em termos de interesse nos personagens e um “mojo” pra dar aquela coisa meio cômica e divertida que Jack Sparrow consegue mas Nathan Drake fracassa.
Mesmo com todos os problemas, eu ainda aposto que a Sony vai insistir um pouco mais nessa franquia. Os filmes e os jogos se promovem mutuamente e é interesse da empresa continuar com ambos. Além do quê, Tom Holland já é mesmo uma estrela da casa, então fica fácil fechar esses contratos aí. Só que para os próximos filmes empolgarem mesmo, talvez seja legal trazerem o Tobey Maguire e o Andrew Garfield.