Utøya 22 de Julho: Terrorismo na Noruega
Em Utøya 22 de Julho: Terrorismo na Noruega, acompanhamos a personagem principal; uma garota chamada Kaja. Assim sendo, a câmera permanece com ela o tempo todo. Desde o início até o final do filme.
O longa é baseado na tragédia de 22 de julho de 2011, quando um terrorista invadiu e atirou em centenas de jovens, deixando 77 mortos na ilha de Utøya, na Noruega. No mesmo dia, o centro de Oslo havia sido bombardeado.
O medo
O filme começa 12 minutos antes do primeiro tiro. Conhecemos então a garota e as pessoas que estão próximas a ela. E os tipos de pensamentos que ocupam a cabeça dos jovens. Eles ficaram sabendo do que tinha acontecido no centro de Oslo e do bombardeio. Mas eles tem esperança e otimismo. Esses jovens são fortes e decididos.
A jovem Kaja (Andrea Berntzen) e sua irmã mais nova Emilie (Elli Rhiannon Müller Osbourne) estavam no acampamento de Utøya. Kaja é mais responsável, tem empatia pelo sofrimento dos jovens que não tem notícias da família. Já Emilie parece não se importar muito, quer mais se divertir. A partir do primeiro tiro é possível afinal entender os sonhos, o comprometimento e os desejos dos jovens que estavam naquela realidade.
Correndo para salvar suas vidas, todos são tomados pelo pânico e o desconhecido faz com que se escondam em vários lugares ao redor da ilha. A tentativa de escapar e mudar de esconderijo para esconderijo mostra alguns dos amigos da garota e outras novas amizades. Assim, o denominador comum de quem está ali é a forma pela qual cada um está tentando lidar com a situação e encontrar uma solução para sobreviverem.
Utøya 22 de Julho: Terrorismo na Noruega
As conversas que eles têm e suas ações refletem os contrastes entre seu desespero e acima de tudo o cuidado e generosidade entre esses jovens.
Nós, os espectadores, somos também um desses jovens. A câmera nos traz para dentro do desespero de Kaja. Então é como se estivéssemos o tempo todo de mãos dadas com a garota. Quando ela se esconde, a câmera se esconde. Quando ela enfia o rosto na terra, nós também nos sujamos.
Aspectos técnicos
O filme inteiro é um como um take só. Um grande plano sequência de desespero. Erik Poppe, o diretor, teve cinco dias para tentar fazer o take perfeito e não pôde tentar mais do que uma dose por dia. O filme não foi filmado em Utøya de verdade, mas na ilha vizinha.
O filme é baseado em eventos históricos, mas os personagens são fictícios. É como uma reencenação do massacre no acampamento de verão com o intuito de promover uma compreensão das vítimas através de seu ponto de vista. O roteiro foi escrito com base nos depoimentos dos sobreviventes. Então, o longa se aproxima muito da triste realidade vivida por aqueles jovens.
Em Utøya 22 de Julho não há cortes e nem música. Isso nos aproxima ainda mais dessa experiência de terrorismo. Assim, o filme é bem tenso na maior parte do tempo. Frio e cruel, tal qual um assassino.