Vigaristas em Hollywood
“Você deve estar precisando muito de dinheiro”, o personagem de Emile Hirsch diz a Robert De Niro em uma determinada cena de “Vigaristas em Hollywood“. Curiosamente, eu estava pensando a mesma coisa.
Não só De Niro, mas tinha um monte de ator bom com uns boletos altos para pagar: Morgan Freeman, Tommy Lee Jones, Zach Braff… Parece que uma das consequências naturais de ter mansões em Malibu e precisar abastecê-las com champanhe e cocaína suficientes para manter a relevância em Hollywood é pegar, vez ou outra, uns filmes bem menos prestigiosos do que de costume – hábito que De Niro já abraçou completamente e parece até gostar dessa brincadeira.
Isso porque os atores parecem estar se divertindo às nossas custas no filme. Com exceção, talvez, de Tommy Lee Jones, que provavelmente nunca se divertiu na vida.
Os produtores
Por isso, tem bastante piada interna do mundo de Hollywood, zoando produtores, escalações, roteiros e tudo mais. O filme, aliás, começa numa pegada meio “Be Cool“, mas se perde rapidamente, optando por seguir a linha de roteiro de “Os Produtores“, musical de Mel Brooks sobre dois produtores que tentam fazer com que o filme seja um fracasso.
No caso, o plano é matar o ator principal para receber o dinheiro do seguro, mais ou menos da única forma que a Disney conseguiu lucrar com “The Rise of the Skywalker” depois da morte da Carrie Fisher.
Papa-léguas e Coyote
É uma premissa batida, mas legal; porém, um tanto quanto mal executada. As trapalhadas são dignas de um episódio de Looney Tunes, mas não no bom sentido: são gags bobas, meio mal feitas. Poucas piadas realmente funcionam e falta até sensibilidade no trabalho de direção e edição.
O que deveria ser um filme cheio de comédia visual e homenagens ao cinema, vira rapidamente um pastelão previsível, com pouca graça e um elenco muito bom, mas com muita preguiça de trabalhar.
A pior sensação é imaginar que Vigaristas em Hollywood poderia funcionar de alguma forma, mas ele não funciona de nenhuma.