X: A Marca da Morte

Ti West realiza com X – A Marca da Morte um tributo apaixonado a irmãos mais velhos, como os clássicos O Massacre da Serra Elétrica (1974) e Sexta-Feira 13 (1980), usando dos mesmos elementos daqueles, mas reajustados para o cinema de hoje (ainda que situado nos anos 1970). Essa produção parece mais saída de uma Blumhouse, do que uma A24, convenhamos.

Então temos ali as vítimas posicionadas, que como o slasher vem classificando nos últimos 40 anos, fazem bastante sexo (nesse caso, tem fundamento, já que são atores pornôs); figuras improváveis servindo como assassinos (mesclando a família de um clássico com a velhinha de outro, tendo assim um casal de idosos que não suporta a própria condição e desconta em seus hóspedes); além da ambientação isolada, com direito a pasto alto, casebre e até um lago, veja só.

X: A Marca da Morte

X: A Marca da Morte

Nesse sentido, West não faz nada de novo e nem precisa, por isso X acaba sendo um filme bastante telegrafado, com cada gesto e ação um tanto quanto previsível. A produção também se arrasta mais do que deveria, gastando um bocado de tempo no primeiro ato, seja mostrando as filmagens (ok, não vamos reclamar disso), seja tentando atribuir camadas aos futuros assassinados, mas a sessão quase se torna terrivelmente cansativa até a primeira morte ocorrer, portanto é tranquilo de afirmar que 40 minutos a menos teriam feito bem melhor a esse longa.

Mas Mia Goth, suas curvas e sua voz modulada (seja representando a protagonista, seja representando a velha), compensam boa parte da mesmice, enquanto Jenna Ortega (a Christina Ricci dessa geração) dá seu brilho, ainda que claramente mal aproveitada. Mas os demais do elenco cumprem bem suas funções. Em seu resgate do espírito de um recorte histórico do cinema de horror, Ti West faz direitinho a lição de ação, tendo os mesmos acertos dos clássicos no qual se inspira, mas cometendo falhas novas também.

Confira o trailer aqui.

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