Desafiadores do Destino: Disputa por Controle – 1
Conhecido na literatura principalmente por saber explorar o folclore nacional em contextos criativos, Felipe Castilho constrói aqui em Desafiadores do Destino uma típica história de super-heróis, mas fora da pegada batida norte-americana, ao emprestar as nações lendárias de Mu e Atlântida – aqui em guerra –, mitos africanos (Qandisa é uma versão da Raposa de Nove Caudas de Naruto), ameríndios e até, claro, os clássicos europeus (que vão do Nautilus a contrapartes de Frankenstein), tudo com uma roupagem singular de steamfantasy, num período de revolução industrial, com vastas raças dos mundos de fantasia.
Criaturas estas emprestadas ao autor pelos criadores Marcelo Campos e Ronaldo Barata. Intercalando passado recente com o presente diplomático, Felipe consegue ao mesmo tempo apresentar seus heróis, suas motivações e background. Os coloca em ação, com habilidades interessantes, em uma trama repleta de emergência. Deixando assim um gostinho de quero mais.
Desafiadores do Destino: Disputa por Controle
A arte de Mauro Fodra tem um peso único, com personagens expressivos, algo que transita entre o realista e o caricato, com boas composições de páginas e construção de ambiente, mas é nas splash pages que ele se esbalda, entregando figuras diversas, das pequenas até as de grande escala, aumentando a escala épica já proposta no enredo. E as cores de Mariane Gusmão não só dão vida e textura para personagens e cenários, como também, aliadas ao traço de Fodra, transmitem os ares de um típico quadrinho europeu à obra, tornando-a muito mais do que apenas mais um gibi de super-herói.
Desafiadores do Destino é assim, algo como “X-Men encontra Liga Extraordinária em uma publicação da Glénat”. Heróis de personalidade bem definida, silhuetas marcantes e diálogos certeiros e divertidos, que mesmo em uma trama redonda, parece que ainda tem muitas outras aventuras para contar.