Abigail e a Cidade Proibida, fantasia em clima steampunk
Abigail (Tinatin Dalakishvili) vive em uma cidade com as fronteiras fechadas, que frequentemente faz exames na população com a desculpa de evitar uma misteriosa doença, conhecida como a epidemia.
Quando Abigail descobre que o desaparecimento de seu pai (Eddie Marsan) quando ela era criança tem relação com o que está do lado de fora da cidade e que o governo está mentindo para toda a população, ela resolve investigar tudo por conta própria.
Abigail e a Cidade Proibida
A trama se passa em uma cidade toda murada, de onde os habitantes não podem sair, porque segundo o governo o lado de fora é perigoso. Além disso, existe, supostamente, uma doença gravíssima que atinge a cidade e que faz com que as pessoas sejam sempre examinadas.
Há muito tempo atrás, o pai de Abigail, assim como vários homens da cidade, foi levado de casa porque estava infectado e ela sempre se questionou o que teria acontecido com ele. Basicamente, o que o filme nos apresenta é um governo autoritário, que aterroriza a sua população com a ideia do que está do lado de fora.
Quando a moça finalmente começa a conhecer mais e percebe o que está do lado de fora, e o quanto de coisas o governo esconde da população, suas ideias mudam. De certa maneira, Abigail e a Cidade Proibida, que não se passa nos dias de hoje, é muito atual. Assim, é muito fácil encontrar relações entre a trama do filme e o mundo em que vivemos.
Abigail
Se o mundo onde a história se passa é austero e injusto, a protagonista, Abigail é o seu exato oposto. Curiosa desde criança (interpretada nessa fase pela fofíssima, Marta Timofeeva), ela sempre fazia perguntas ao pai; e já adulta, quando descobre que o governo não fala toda a verdade, resolve ir descobrir o que está do lado de fora da cidade.
Ela também parece uma das poucas pessoas na cidade que estão dispostas a quebrar regras e desafiar as leis vigentes. Logo no começo, por exemplo, enquanto todos os seus amigos se submetem ao exame para constatar se eles estão infectados ou não, Abigail resiste.
Por isso, ela é a protagonista ideal para a trama apresentada, uma vez que ela é corajosa e vai fazer o possível e o impossível para lutar pelo que acredita, ainda que no começo, ela esteja mais preocupada em encontrar seu pai.
Aspectos técnicos de Abigail e a Cidade Proibida
O filme tem uma produção relativamente boa, apresenta diversos efeitos, que estão bem feitos, embora não estejam no mesmo nível de uma produção hollywoodiana.
O roteiro não deixa claro em que época se passa, mas mistura elementos retrô e elementos da tecnologia atual. Vemos, por exemplo, um gramofone no quarto de Abigail e as pessoas usam roupas que remetem a séculos passados, mas também usam de coisas que lembram muito computadores. Tudo isso deixa o filme com um clima meio steampunk, que é uma estética que abusa muito dessa mistura de passado e tecnologia.
Abigail e a Cidade Proibida também abusa dos tons mais escuros, seja nas roupas de seus personagens, seja na fotografia. A trama se passa em uma cidade fria, então, vemos neve quase durante o filme inteiro, dando mais ênfase a essa sensação de escuridão.
O elenco
Os atores não trazem grandes interpretações, mas cumprem bem o papel a que se dispõem. Marta Timofeeva, que interpreta Abigail quando mais nova, se destaca, não só por sua fofura, mas também porque atua muito bem, apesar da pouca idade.
Em termos de trama, esta não é muito original, pois segue um preceito já meio clássico: um personagem que vive em uma realidade massacrante e que se revolta com isso, a ponto de mudá-la. Qualquer pessoa que já assistiu filmes como Harry Potter, onde o protagonista tem missões para salvar o mundo, pode prever o que vai acontecer em Abigail e a Cidade Proibida, o que deixa o filme um pouco clichê.
E embora ele renda alguma diversão, especialmente no começo, quando ainda não sabemos exatamente o que se passa na cidade, o filme se alonga um pouco e começa a colocar obstáculos demais no caminho da protagonista, o que acaba cansando a plateia, especialmente se pensarmos que o público alvo provavelmente são os adolescentes.
Abigail e a Cidade Proibida não é um filme ruim, mas não propõe nada de inovador e no final das contas, se torna cansativo e um pouco óbvio. O filme entra em cartaz no dia 12 de setembro.