Antes de Dormir – Como se fosse a primeira vez
Em Antes de Dormir, todos dias, Christine acorda ao lado de um homem que ela não sabe quem é, em uma casa desconhecida. Desde que sofreu um grave acidente que afetou sua memória, ela desperta sem se lembrar de absolutamente nada que aconteceu em sua vida nos últimos 20 anos. Cabe ao seu marido, Ben, por meio de um mural de fotos e detalhes do passado, relembrá-la de sua vida. Em sigilo ela faz terapia com o Dr. Nasch e, aos poucos, vai descobrindo que nem tudo é o que parece ser.
Com essa premissa simples, o diretor Rowan Joffé tenta construir um suspense e até consegue em certa medida, mas a falta de suspeitos torna óbvio o verdadeiro inimigo da trama desde os primeiros minutos, que vem se revelar no final, quase dizendo para o público “por essa você não esperava, não é?”.
Antes de dormir
Se o público abstrair desse detalhe, a experiência pode até correr melhor em boa parte do enredo, mas o trajeto ainda tem muitos clichês como obstáculos, ainda mais próximo do desfecho. Nesse ponto, Nicole Kidman (cada dia mais linda e incapaz de envelhecer), Colin Firth e Mark Strong se dedicam com bastante seriedade em seus papéis convincentes e dramáticos, até mais do que deveriam, me arrisco a dizer.
No mais, fica a dúvida se Antes de Dormir queria dizer algo com sua narrativa ou apenas contar uma história despretensiosa (e tensa). Afinal, o relacionamento abusivo é um dos pontos focais da trama, mas parece se diluir com a violência gráfica do clímax, quase um fetiche pela brutalidade em tela; a se pensar. Mas independentemente do que o espectador absorva da sessão, Antes de Dormir é aquele tipo de filme que esquecemos depois que os créditos sobem.
Nota do editorial: além de ser clichê, fizeram um outro filme com a mesmíssima trama, e você pode conferir a opinião do Douglas aqui em Obsessão Secreta.