O Homem do Futuro, filme de 2011
Gosto do esforço de O Homem do Futuro e dos tributos que ele realiza, principalmente com De Volta para o Futuro, mas mesmo sendo um filme nacional bastante honesto, é inegável os tropeços do roteirista e diretor Cláudio Torres (que se saiu muito melhor em Redentor e A Mulher Invisível, sejamos francos) e não me refiro às complicações de viagem no tempo ou paradoxos temporais (que praticamente todo filme que lida com esses elementos sofre) e sim do que ele consegue fazer com isso enquanto material narrativo.
O cineasta tenta construir uma jornada de redenção em duas vias (tanto do protagonista quanto de sua amada), mas são tantas idas e vindas (a repetição de “Somos Tão Jovens” chega a um ponto de se tornar irritante em dado momento), que quando ele pretende fazer um clímax, ocorre o contrário e a partir do meio pro final, o longa não consegue mais se encontrar, esvaziando-se a cada cena. É claro que O Homem do Futuro se trata de uma comédia, portanto as consequências absurdas de realidades paralelas são cabíveis, e o humor é um ponto subjetivo, mas a mim não fez rir, gerando apenas um sentimento forte de constrangimento.
E é claro que é sempre bem-vindo ver Wagner Moura saindo um pouco de suas atuações sisudas para algo mais caricato, mas não consigo ver que ele foi bem dirigido aqui, pois suas articulações passam bastante da conta, a ponto do patético mesmo (e nesse sentido, a lindíssima Alinne Moraes e Fernando Ceylão se dão muito melhor). E numa outra comparação, tematicamente falando, o recente Tudo Bem no Natal que Vem consegue superar essa produção.