O Ninho

Samuel (Justin Alexander Korovkin) é um adolescente paraplégico que vive com a mãe, Elena (Francesca Cavallin) em uma mansão isolada.

Quando uma nova criada, Denise (Ginevra Francesconi), chega e começa a falar sobre o exterior para Samuel, ele começa a se interessar tanto pela garota, quanto pelo mundo que existe fora da casa, mas Elena vai fazer de tudo para que Samuel nunca saia do seu lado.

A mansão

O único cenário de O Ninho é a mansão onde Samuel, Elena e vários criados vivem e toda a atmosfera do longa é construída através da casa e do que acontece lá.

Desde o começo é possível notar que existe alguma coisa estranha nessa história, afinal, ninguém nunca sai do lugar e tudo parece girar em torno de Samuel. Além disso, fica claro que Elena e os outros adultos do local escondem alguma coisa de Samuel e, automaticamente, do telespectador.

A mansão é séria, perturbadora e opressora e Samuel se vê constantemente preso em uma rotina que para ele não faz tanto sentido assim. Até que Denise, uma adolescente, começa a trabalhar como criada na casa. Denise é a conexão de Samuel com a vida real, já que mesmo que ela também passe a não sair da mansão, ela sabe o que acontece lá fora e apresenta Samuel, que nunca saiu da propriedade, a isso.

Samuel, então, começa a desenvolver uma paixonite por Denise, mesmo que ela seja um pouco mais velha que ele, e a adolescente também parece gostar do menino, mas o telespectador também sente que ela esconde algo. É como se Samuel fosse a única pessoa no filme que não compreendesse tudo que está acontecendo e como a plateia assiste ao filme do ponto de vista do garoto, ela também não consegue dimensionar tudo.

Segredos

O Ninho se sai muito bem em criar uma atmosfera que deixa o telespectador com a certeza de que algo vai acontecer a qualquer momento, mesmo que a gente não saiba exatamente o quê. O filme também consegue guardar muitos de seus mistérios e segredos praticamente até o último minuto, o que segura a audiência.

No entanto, a ideia de que existe um segredo do qual não sabemos, mas que boa parte dos personagens conhece, fica evidente logo no começo, quando uma visita acidentalmente fala sobre o lado de fora da mansão para Samuel.

O longa dá algumas pistas do que pode ser, mas elas são quase imperceptíveis e passam a fazer mais sentido depois que o mistério do final é revelado, portanto, O Ninho permanece muito misterioso por boa parte do tempo.

Aspectos técnicos de O Ninho

Mas, se por um lado, O Ninho consegue prender a atenção de sua plateia até o final do filme, por outro, ele também cria muitas expectativas que não são cumpridas. Como os mistérios do longa se seguram por muito tempo, quando eles finalmente são revelados não soam tão interessantes assim. Outro problema é que, durante boa parte do filme, não sabemos exatamente o que estamos assistindo, já que ele demora a engrenar e explicar qual exatamente é o seu propósito.

Um dos acertos do filme é a atmosfera claustrofóbica que ele cria. Assim como Samuel, nos sentimos presos àquela mansão sem entender o que está acontecendo. As cores que predominam, tanto nos cenários, quanto nos figurinos, são escuras e próximas dos tons outonais, o verde aparece em praticamente toda cena, deixando tudo ainda mais opressivo.

O longa conta também com boas atuações, como as de Justin Korovkin, Francesca Cavallin e Ginevra Francesconi, que interpreta uma personagem de quem é fácil gostar e que de fato ilumina a tela quando aparece.

O Ninho é um bom filme, que se constrói muito bem no gênero do suspense, mas que promete muito mais do que entrega. O filme chega aos cinemas no dia 11 de novembro.