Planos Diabólicos
As aparências enganam
Planos Diabólicos acompanha quatro adolescentes que, aparentemente, tem um comportamento exemplar. Todos eles tiram boas notas, têm atividades extracurriculares e parecem educados e gentis. Miriam (Brittany Raymond), Derek (Keenan Tracey), Ian (Spencer MacPherson) e Jenny (Brittany Teo) são estes alunos exemplares, mas o que ninguém sabe é que em seu tempo livre, eles assassinam pessoas desconhecidas.
No começo do filme, inclusive, a plateia nem desconfia que eles são culpados pelos crimes, mas sim que eles são personagens que veem os crimes ocorrendo e simplesmente se interessam pelo assunto. Logo nos primeiros minutos, acompanhamos Miriam, Derek, Ian e Jenny vivendo vidas comuns a qualquer pessoa de sua idade, pensando em escola, faculdade, amigos e namoros.
E, nesse sentido, o filme até traz algumas subtramas interessantes, como por exemplo, a relação de Jenny e Ian, e a paixonite não correspondida de Derek por Miriam. Outro ponto interessante de Planos Diabólicos é que Miriam é uma personagem LGBTQIA+ e tem uma subtrama que foca nessa questão.
Os crimes
Por outro lado, o filme também apresenta uma série de crimes que permanecem sem solução. A trama começa com o ataque a um casal, perpetuado por quatro pessoas usando máscaras sinistras. Porém, não demora para que a plateia descubra que os assassinos são os jovens, e logo temos acesso aos seus planos para escolherem outras vítimas.
A ideia é até interessante e lembra bastante Os Estranhos, a questão é que em Os Estranhos não sabemos absolutamente nada sobre as pessoas que estão usando as máscaras, o que deixa a plateia, pelo menos, curiosa, mas aqui sabemos todos os detalhes não só dos crimes, como também das vidas dos assassinos, portanto não existe qualquer mistério.
Aspectos técnicos de Planos Diabólicos
Planos Diabólicos parte de uma boa premissa: os protagonistas são jovens, aparentemente exemplares, mas que se reúnem com a intenção de matar pessoas desconhecidas. A partir daí poderia se explorar a pressão que a juventude sofre e que pode levar a medidas drásticas, mas o roteiro não se sai muito bem.
O longa tem pouquíssimo mistério, já que logo o telespectador descobre que os protagonistas são os assassinos. Os quatro adolescentes têm tramas paralelas que até são interessantes, mas que parecem bobas perto do fato deles estarem assassinando desconhecidos.
As máscaras, que mudam a cada ataque, são sinistras e rendem algumas cenas arrepiantes, mas como já sabemos quem são aquelas pessoas e seus motivos e acabamos deduzindo o que vai acontecer, não existe uma sensação de inquietação ou uma curiosidade para descobrir o que está por trás daquilo. Tudo acaba se tornando muito gratuito.
Planos Diabólicos não é um filme terrível ou uma completa perda de tempo, ele até tem alguns momentos que prendem o telespectador e pode assustar quem não está acostumado com o gênero, mas infelizmente está longe de ser um filme bom.