Sonic 2: O Filme
Muita gente guardou com carinho a lembrança de ter ido ao cinema ver o primeiro filme do Sonic. Porque, para muitas pessoas, esse foi o último filme visto no cinema antes do mundo acabar, lá naquele longínquo 2020.
Aí, pimba: o mundo inteiro fica isolado em casa por um tempo que parece uma eternidade, pedindo comida online e trabalhando da cama. A situação melhora, o cidadão vai pro shopping, chega no cinema e tá lá: Sonic 2 nas telonas.
Vida de espinhos – Sonic 2
Realmente parece que o intervalo entre o primeiro e o segundo filme foi bem curto. Tecnicamente foi mesmo: dois anos passam rápido, mesmo mantendo uma distância social. Mas, considerando que a expectativa de vida de um porco espinho é de cinco anos, a produção teve que correr mesmo.
O herói de CG continua fofo e bem humorado e os roteiristas (os mesmos do primeiro filme) continuam no ingrato trabalho de criar uma história para um filme baseado em um jogo aparentemente sem pé nem cabeça – e fazendo isso muito bem, aliás. Dessa vez, adicionando mais personagens que não fazem o menor sentido, como a raposa Tails e a équidna Knuckles.
Sim, ao contrário do que eu pensava na época que ficava jogando joguinhos da Tec Toy, Knuckles não é um porco espinho, é uma équidna. Ao contrário do que eu pensava antes de começar a escrever este parágrafo também, ornitorrincos não são os únicos mamíferos que botam ovos. Équidnas também o fazem – são parentes próximos, da ordem dos monotremados e da família dos Tachyglossidae. Não que esse tipo de informação tenha qualquer relevância no filme, mas eu não resisto ao ímpeto de encher uma crítica cinematográfica de informações biológicas completamente inúteis.
Mais do mesmo
E é isso: alguns personagens novos e os personagens antigos continuam divertidos. Jim Carrey está de volta como o icônico vilão Eggman, fazendo aquelas atuações cheias de caras e humor físico, que eu adorava, depois comecei a achar idiota e hoje em dia eu adoro de novo; deve ser a idade.
Falando na questão da idade, eu também fiquei com a impressão de que o segundo filme é bem mais infantil do que o primeiro. Pode ser que, com a pandemia me enchendo de preocupações, angústias e a iminência próxima da morte a qualquer momento, eu tenha envelhecido muito de 2020 para cá, mas Sonic 2 realmente parece dedicado a agradar o público mais infantil mesmo.
Mesmo assim, se você gostou do primeiro filme, vai gostar do segundo. Não tem muito segredo, os dois são praticamente a mesma coisa, cutucam os mesmos sentimentos do público e tratam com carinho um personagem de videogame que de jeito nenhum parecia que poderia funcionar em telas grandes.
Se você tá com saudades de ir no cinema desde quando viu Sonic 1, Sonic 2 é uma boa forma de regresso às salas.