Nosferatu
Finalmente assisti Nosferatu, o grande clássico do cinema mudo no mesmo dia em que ele completou 100 anos de seu lançamento. Adaptando Drácula de Bram Stoker (trocando apenas nomes de personagens), o alemão F.W. Murnau realizou esse ícone do expressionismo alemão, o primeiro a trazer um vampiro em cena e também o primeiro longa a ser banido de salas de cinemas. E só não foi banido da História porque algumas cópias escaparam da incineração e chegaram aos EUA, sendo salvas por já estarem com o status de “domínio público”.
Max Schreck impressiona no papel e na figuração do Conde Orlok. A trilha de Hans Erdmann segue marcante até os dias de hoje. A maneira como Murnau emoldura personagens, cenas e situações, é singular. O cineasta opta por explorar alguns pormenores do livro, dando assim sustância à narrativa, que não tem pressa em se desenvolver. As crendices, mais fortes no período, ganham força na tela, com a câmera captando expressões de pavor e gestos supersticiosos, enquanto a inocência abraça o outro lado.
Nosferatu é uma aula de cinema, que inspirou e continua inspirando muitas produções (não só de terror) até os dias de hoje. A primeira obra “cancelada” da História, que sobreviveu para continuar nos assombrando.