A Casa do Dragão – 1ª temporada
Conseguindo manter a atmosfera de Game of Thrones, A Casa do Dragão, essa outra adaptação de um livro de George R. R. Martin faz uma entrada mais consciente e atual com um elenco diverso e menos apelativo quanto a tomadas sexuais, detalhes esses que nunca soam excessivos ou atenuados gratuitamente.
Com um elenco forte e personagens marcantes, mesmo que conduzidos de maneira quase telegrafada (quem conhece GoT, sempre fica com uma expectativa à espreita, de que algo de ruim está para acontecer), ainda foi bastante incômodo ver os saltos temporais entre os episódios. Com exceção dos últimos, a maior parte avança consideravelmente na trama, o que de um lado favorece o ritmo, do outro banaliza os elos que o público poderia formar com um ou outro personagem, já que não dá tempo de criar vínculos, pois o calendário estica no instante seguinte. Estranhíssimo também algumas trocas de atores (à lá novelas Globais), com alguns sendo substituídos e outros se mantendo os mesmos (não me refiro aos mais velhos, mas aqueles que são jovens, como Sir Criston Cole).
A Casa do Dragão – 1ª temporada
Milly Alcock, Emma D’Arcy, Matt Smith, Emily Carey, Olivia Cooke e tantos outros, fazem entregas muito acima da média, conseguindo caracterizar bem seus respectivos personagens, mas nada supera a atuação surpreendente e inesquecível de Paddy Considine, que do começo ao fim explode na tela com uma performance premiável. Suas últimas cenas são memoráveis e, desde já, clássicas.
O CGi alterna do incrível para o suspeito, mas a produção acerta a mão em especial com os dragões. Os cenários conseguem manter a composição apresentada na série de origem e sua fotografia dessaturada e forçadamente escura é sim uma escolha frágil, mas que não atrapalha o enredo, com um roteiro bem escrito, com ótimos diálogos, ainda que jamais supere GoT.
Com uma ou outra sequência marcante, A Casa do Dragão cumpre bem seu papel ao não desapontar os fãs, mesmo que por ora não seja capaz de arrebatar o público enquanto série, sempre prometendo muito para o episódio ou a temporada seguinte e esquecendo que é no agora que reside a força de uma narrativa seriada. Mas o potencial está aí e foi provado com louvor.