Warrior Nun – 2ª temporada
Poucas séries podem ser comparadas a um verdadeiro gibi de super-herói (e não me refiro a filmes de supers, como a Marvel vem bem fazendo na última década). A série das freiras guerreiras já tinha se provado divertidíssima em 2020 e nesse seu segundo ano, essa escala aumenta, tanto nos ótimos efeitos especiais, nas impressionantes sequências de ação, no uso consciente de diálogos cafonérrimos e nas tomadas super telegrafadas, com um roteiro completamente previsível, mas que funciona justamente por isso, por seguir a gramática de um verdadeiro gibi de super-herói… dos anos 1990, do figurino aos estereótipos (ainda que algumas figuras aqui sejam completamente contemporâneas).
O vilão parece ter saltado das páginas de uma HQ dos Vingadores, a protagonista parece uma X-Men com humor danado do Homem-Aranha, e todos os enquadramentos são quase um storyboard do Joe Madureira. Temos personagens vira-casacas, aqueles que viram e depois desviram, frases de efeito, poses de efeito, tem tudo ao que tem direito.
O enredo segue imediatamente os eventos do ano anterior e, por mais que o desenvolvimento me pareça mais caído que sua temporada de estreia, ainda vejo Warrior Nun como uma produção que conseguiu sustentar seu argumento e suas escolhas narrativas, entregando o bom e velho entretenimento escapista, sem-vergonha e descompromissado. Pena que a Netflix não enxergou da mesma maneira e cancelou algumas semanas após a estreia de Warrior Nun – 2ª temporada.