Assassinato no Expresso do Oriente, o remake de 2017
O excêntrico Hercule Poirot enxerga a vida como um padrão de certo e errado, e usa essa percepção para desvendar crimes. Para chegar ao culpado, ele precisa apenas olhar com calma para esse cenário preto e branco e descobrir o que não combina. Tentando tirar férias, o detetive se envolve em um novo caso e precisa pegar o Expresso do Oriente para chegar ao local da investigação. É quando o filme apresenta cuidadosamente o elenco, que conta com nomes de peso como Michelle Pfeiffer, Josh Gad, Judi Dench, Daisy Ridley, Johnny Depp, entre outros. Branagh mostra que entende cada personagem, incluindo o seu, que dada a singularidade, já se torna rapidamente icônico e carismático. Em poucas cenas, o suficiente é apresentado para que a trama se torne interessante. Como o título diz claramente, a viagem é interrompida pela neve, um assassinato acontece e todos que estão a bordo se tornam suspeitos. Com o desenrolar da investigação, novos detalhes aparecem e revelam, é claro, que há uma história maior por trás do que ocorreu naquele trem.
Agatha Christie já tinha sido genial ao relacionar sua ficção com uma tragédia do mundo real: ao do caso do sequestro do filho do famoso aviador Charles Lindbergh – que na história se torna uma menina, e o sobrenome trocado por Armstrong.
Com atuações memoráveis, um mistério competente e uma questão complexa que não encontra resoluções fáceis de “certo” e “errado”, em um desfecho melodramático e memorável, Assassinato no Expresso do Oriente ainda conta com uma trilha marcante, cenários deslumbrantes e abre as portas para uma nova e deliciosa franquia, que culminará com a presença do bigode estiloso em Morte no Nilo.
Assassinato no Expresso do Oriente (2017)
Redondo, bem resolvido, um entretenimento de primeira. Assista sem suspeitas.