Avatar: A Lenda de Korra | Livro 3 – Mudança
Superando todas as expectativas, os criadores Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko avançam na jornada da nova Avatar após os grandes eventos envolvendo a batalha espiritual. Com a trama iniciando apenas algumas semanas depois, com os efeitos do Mundo dos Espíritos recaindo sobre a Cidade República. Então, isso também desperta novos dobradores de ar pelo mundo.
Avatar: A Lenda de Korra
A primeira temporada foi ótima, mas que se perde no desfecho. A segunda tem relevância para mitologia dos Avatares, mas carece de bom ritmo. O Livro 3 encontra o ponto ideal sem nunca perder o fôlego. Com praticamente todos os personagens bem desenvolvidos, assim como o que não funcionou antes sendo descartado sem medo.
Entre eles, o humor exagerado. Assim, ainda temos momentos cômicos (e os melhores envolvem linguagem corporal e situações mundanas, não vindo exatamente de algum personagem). Dessa maneira, Bolin, que nunca foi engraçado e continua sem graça, tem menos momentos patéticos. Mas sendo ele o coração da obra, ganha um destaque que sempre mereceu. E uma evolução natural de poderes que contrastam com sua personalidade.
Os demais personagens
Por outro lado, Mako, desprovido de carisma, é jogado de escanteio merecidamente, só servindo para funções de ações pontuais. Assim, Asami vai escalando aos poucos seu papel importante enquanto parceira. Temos uma bacana participação especial de Zuko (e outros das antigas). E vemos um bom trabalho nas irmãs Lin e Suyin Beifong. Enquanto a primeira se revela mais do que uma mulher sisuda, a segunda ganha destaque pelo seu porte de “tia gente boa”, conduzindo um bem-vindo matriarcado.
Mesmo Tenzin, Bumi e Kya, encontram melhor estrutura no corpo do elenco, abrandando as bobagens de antes pra consolidar um dos alicerces da série, que é a família. Mas não vamos nos esquecer de quanto Jinora é crucial para a trama. Ela merece um título próprio no futuro. Há também bons adendos envolvendo Kai e Opal.
Incluindo os vilões…
A ascensão de Korra
Korra finalmente cresce como protagonista, algo que seguimos acompanhando desde o início. Mas aqui sua birra adolescente e instabilidade dão lugar a uma sensatez bem-vinda, e um senso de sacrifício que aproxima sua moldura a de Aang, ainda que ela, mesmo dominando os 4 elementos principais (e outros secundários, como o metal), ainda não consiga se comunicar com seus antepassados e é seriamente avariada durante os eventos finais.
A qualidade técnica é absurda, melhor do que a maioria dos ótimos animes contemporâneos. Com uma animação primorosa, movimentos que beiram a perfeição e ótimas sacadas com cenas de ação, o Livro 3 é até agora a melhor execução dentre todos os Avatar. Mas não fica só nisso.
Com um roteiro enxuto, que sabe aproveitar cada episódio em função da narrativa, movimentando a trama e equilibrando momentos de batalha com cotidianos, de diálogos com tensão, de mistério e filosofia, estruturado harmonicamente pra funcionar em uma cadeia de eventos coesos, onde não existem pontas soltas, nem personagens subaproveitados como antes, onde tudo é importante a sua maneira e deixa um gancho estranho e insólito para a última temporada.
Então, aplausos, por favor.