A Lista Terminal – 1ª temporada
Essa adaptação dos livros de James Carr tem um altíssimo valor de produção, já que é evidente a qualidade das sequências de ação, tiroteio e perseguição, com nível cinematográfico. A história, por outro lado, você já viu dezenas de vezes antes. De Rambo a Justiceiro da Marvel, passando até mesmo pelo filme Sem Remorso, do ano passado pelo próprio Prime Video, temos aqui em A Lista Terminal um militar que perde todos seus companheiros e a família em uma espécie de conspiração, que se estende do alto escalão, chegando a alguns patamares governamentais.
Chris Pratt consegue executar muito bem as cenas de ação, apesar de seu James Reece ser uma figura melancólica e sem sal, é difícil de se gostar do protagonista, mesmo que compreendamos sua dor. O rol de figuras que o cercam, dos aliados aos adversários, tem muito mais carisma para entregar, mas certamente os mais interessantes são o parceiro vivido por Taylor Kitsch, e a jornalista interpretada pela ótima Constance Wu, que entrega alguns dos melhores momentos entre os oito episódios.
A Lista Terminal
Em contrapartida, todas as sequências de flashback ou delírio com a esposa e a filha, acabam ficando repetitivas depois da terceira vez, além de serem extremamente piegas, com diálogos cafonas, extraídos de uma tradicional família norte-americana. Reece não chega aos pés de seus “primos de streaming”, Jack Ryan ou Jack Reacher, que esbanjam energia, mesmo em meio às atrocidades.
E são justamente os delírios de James, que apresenta um grave problema de saúde (e que também é outro gatilho para sua pragmática e implacável vingança), que o colocam num contexto de fragilidade, por mais imbatível que ele seja. Os episódios são dinâmicos e bem executados, com cada episódio apresentando um desafio diferente (que também culmina com um nome a menos em sua lista). Entre os mais interessantes, estão o de uma invasão no México (que me remeteu um bocado a Jack Ryan, outro do Prime Video), o ataque sangrento pelas ruas de Los Angeles, aquele de sobrevivência na selva (Rambo feelings) e o sufocante desfecho.
Sem nada a perder, James Reece se empenha numa jornada só de ida, ainda que Carr já tenha outros livros engatilhados para uma provável continuação. Dessa maneira, a Amazon mantém firme o seu segmento de séries de ação, alimentando satisfatoriamente o público órfão de produções do gênero nos anos 1980.