A Rebelião – Este não é mais o nosso planeta
Na ficção científica A Rebelião somos apresentados a um futuro ditatorial onde a humanidade perdeu o controle do planeta para uma força invasora alienígena em uma guerra que durou poucas horas. Em um bairro de Chicago, quase uma década após uma invasão alienígena no planeta Terra, acompanhamos como é a vida das pessoas nos dois lados do conflito: o dos colaboradores e o dos dissidentes.
Assim, dez anos se passaram e a vida seguiu seu rumo neste novo mundo cinza e repressor. As pessoas se dividiram entre colaboradores e dissidentes do novo regime. Mas todas, sem exceção, são obrigadas a usar um implante vivo no pescoço que serve tanto quanto rastreador, quanto como escuta. Nessa realidade, todos seus passos são observados pela polícia e colaboradores, que podem ser seus próprios vizinhos e amigos.
A Rebelião – Estado Cativo
A trama principal segue três personagens. Primeiramente os irmãos Gabriel (Ashton Sanders) e Rafe (Jonathan Majors), órfãos durante o ataque de uma década atrás. Eles seguiram rumos diferentes na vida. Assim, o primeiro trabalha em uma fábrica de recuperação de dados eletrônicos. Tenta conseguir uma vida melhor para ele e sua namorada. Enquanto isso, o outro se tornou um dos símbolos da resistência e foi dado como morto em um dos ataques ao regime.
Seguimos também a história pela visão do policial Mulligan (John Goodman), chefe da polícia repressora e que mantém certa relação com a dupla de irmãos.
O diretor Rupert Wyatt (O Planeta dos Macacos: A Origem) cria aqui uma trama que logo me lembrou dois filmes, o clássico 1984 e a ficção B Eles Vivem. Do primeiro vemos o governo repressor e controlador que segue os passos dia e noite das pessoas e encontra na rebelião um inimigo a ser odiado. De Eles Vivem vem toda a colaboração de políticos e pessoas de alta classe social com os “Legisladores”; nome assumido pelos aliens que vivem no subterrâneo das grandes cidades e pouco são vistos pela população.
Algumas observações
Cabe aqui uma observação sobre o visual desses aliens. Algo que me lembrou uma mistura bizarra entre Chewbacca e ouriços do mar. Pode parecer uma combinação impossível, mas sim, é a melhor forma para descrever as criaturas.
Não espere algo como Independence Day por aqui. O filme segue em ritmo lento durante quase toda a projeção. Mostra a organização da rebelião para um ataque durante uma das raras aparições de um dos invasores em um evento cívico organizado pelo governo. E também a tentativa das autoridades em descobrir os membros das células rebeldes e frustrar seus planos.
O filme empolga na preparação do plano de ataque e na cena de sua execução, mas peca muito em outras cenas que se mostram arrastadas e até desnecessárias para o longa. A Rebelião aaba tendo seu clímax somente nos momentos finais. E creio que essa foi sempre a intenção dos realizadores, mas que pode acabar desagradando ao público.
Portanto, em linhas gerais, é um bom filme, com um clima certo de tensão e atuações, e como as melhores ficções científicas, apresenta uma história fantasiosa que serve como crítica à nossa própria realidade.