A Resistência de Inga, o crescimento de uma mulher
Em A Resistência de Inga, a personagem do título (Arndís Hrönn Egilsdóttir) vive com o marido em uma fazenda na Islândia, onde sobrevivem do leite que vendem. Quando Inga fica viúva, ela precisa cuidar da fazenda e decide se rebelar contra uma poderosa empresa local, que ela considera injusta e corrupta.
Entretanto, o principal assunto do filme é o luto. Somos apresentados ao marido de Inga logo no começo, então o conhecemos de maneira bem rápida, mas, fica claro que ele serve de apoio à Inga, da mesma forma que Inga é um apoio para ele.
Os dois vivem praticamente sozinhos em uma fazenda que também é responsável pelo seu sustento. Quando Inga fica viúva, ela se vê sozinha e desamparada. Uma vez que o responsável pela fazenda era seu marido, Inga precisa aprender tudo que diz respeito a esse assunto, seja o seu cuidado, seja as vendas dos produtos das quais ela depende para sobreviver.
A Resistência de Inga
Sentindo falta do marido e ainda aprendendo a gerenciar as questões da fazenda, Inga precisa lidar com o seu luto da maneira que encontra e o faz indo contra a principal cooperativa da cidade. Ela então resolve se rebelar contra a empresa que compra os seus produtos e que, basicamente, sustenta a pequena cidade onde ela vive.
O que começa como uma maneira de trabalhar a perda que Inga teve, acaba se tornando uma questão de ideais. É extremamente interessante acompanhar a mudança de Inga, de uma mulher de luto, ainda precisando da ajuda do marido, para uma mulher que luta pelo o que acredita.
É a partir daí que A Resistência de Inga mostra uma mulher forte, que consegue viver sozinha, tanto que está disposta a abrir mão até de amizades para seguir em frente com o que pensa. A resistência do título em português, então, ganha dois significados: a resistência de Inga de manter seus ideais e a sua resistência em continuar a vida depois da morte do marido.
Aspectos técnicos
Este não é um filme que usa de efeitos, o que é ótimo, uma vez que o foco mais importante é, com certeza, sua trama. Claro que a produção usa de seus aspectos técnicos para passar todos os detalhes presentes na história. Assim, somos colocados dentro da comunidade onde Inga vive e, por isso, também sentimos na pele o que ela e as outras pessoas que vivem lá sentem.
A fotografia é repleta de paisagens bonitas e naturais, que além de lindas, nos ajudam a entrar no universo do filme. O longa também tem uma poderosa atuação de Arndís Hrönn Egilsdóttir, que interpreta a protagonista e que leva a obra para a frente.
A Resistência de Inga também está bem longe da ideia que se faz de um filme europeu, ele não é tão parado e tem momentos bem animados.
Portanto, este é um filme que fala sobre superar o luto e encontrar o seu lugar no mundo, mesmo que de maneira um pouco tardia. Entra em cartaz a partir de 28 de novembro.