A Teoria dos Vidros Quebrados
Incêndios em toda parte
Claudio Tapia (Martin Slipak) trabalha em uma empresa de seguros e é designado para uma cidadezinha pequena chamada Santa Marta. Depois que ele chega lá, os carros dos moradores passam a ser queimados de madrugada e ninguém sabe quem é o culpado. Claudio, então, precisa descobrir quem está por trás dos incêndios.
A cidade pequena
A Teoria dos Vidros Quebrados não começa na cidade de Santa Marta, mas sim com Claudio, o protagonista, recebendo a notícia de que ele vai para lá para cuidar da sede de sua empresa de seguros no local. Pouco sabemos do lugar onde Claudio vive, mas Santa Marta ganha bastante destaque.
Santa Marta é retratada como uma cidade pequena, onde todo mundo se conhece e tudo é muito precário. Assim que Claudio chega à empresa, o local até parece abandonado, a cafeteira está praticamente enferrujada, a sede suja e uma gata deu à luz a uma ninhada de gatinhos no quintal.
É a dinâmica dessa cidade que interessa e é nela que Claudio mergulha, tendo que se adaptar ao local e conhecer as pessoas que ali vivem, enquanto investiga os incêndios.
Os incêndios
O grande tema de A Teoria dos Vidros Quebrados são os incêndios de carros que estão assombrando Santa Marta. Claudio trabalha para uma empresa de seguros, que na teoria teria que ressarcir todos que tiveram os carros queimados, e é justamente por isso que ele precisa investigar o que está acontecendo na cidade.
Os incêndios acontecem sempre de madrugada e embora a cidade toda se conheça e veja os carros em chamas, ninguém nunca vê o culpado. A situação que o filme propõe é certamente estranha, mas não especialmente assustadora e a investigação segue esse mesmo ritmo. É claro que Claudio não é muito bem-vindo na cidade, e que ele desagrada o delegado (César Troncoso) e o candidato a deputado, Mendizabal (Roberto Birindelli), mas o filme tem muito mais um clima de comédia do que de suspense, até a investigação e as intimidações que Claudio recebe são cômicas.
Ainda que exista um certo mistério na trama, afinal, ninguém sabe quem está queimando os carros, ele não prende a atenção por tanto tempo, justamente porque o filme transita entre a comédia e o suspense e porque o que acontece na cidade, embora chame a atenção, não é muito instigante.
Aspectos técnicos de A Teoria dos Vidros Quebrados
O longa tem como cenário apenas a cidade de Santa Marta. Claudio se locomove bastante pelo local, mas ainda assim, este é um filme com um cenário relativamente restrito. Isso não é um problema, já que a ideia é mesmo explorar essa cidade pequena e os seus mistérios.
No entanto, os mistérios de Santa Marta até parecem promissores, mas vão ficando um pouco desinteressantes com o tempo, isso porque a queima de carros não é nenhum crime chocante que precise de uma investigação muito trabalhosa ou que prenda a atenção da audiência por tanto tempo assim.
Claro que como A Teoria dos Vidros Quebrados não tem qualquer intenção de ser um filme de suspense, e pretende trabalhar mais no gênero da comédia, faz sentido que se explore um crime até meio bobinho, no entanto, toda essa situação parece muito mais séria dentro da trama do filme do que para os telespectadores.
O filme tem sim alguns momentos divertidos e prende a atenção por um tempo, mas fica arrastado do meio para o final.
A Teoria dos Vidros Quebrados conta com boas atuações, que são as partes mais interessantes do filme. Martin Slipak se sai muito bem, assim como também César Troncoso. Veronica Perrotta, por outro lado, é desperdiçada na trama, sua personagem é ótima e a atriz está muito bem no papel, mas ela aparece muito pouco.
A Teoria dos Vidros Quebrados não é um filme ruim, ele só é meio sem graça, começando bem, mas perdendo a atenção dos telespectadores na medida que a investigação segue e que percebemos que ele não é tão bem orquestrado quanto parece inicialmente. O longa chega aos cinemas no dia 11 de agosto.