A Vingança Perfeita, nada de novo

A Vingança Perfeita é um exercício narrativo que não tem história para contar. Serve somente para reverenciar a beleza e os trejeitos de Margot Robbie.

Uma dupla de assassinos de aluguel embarca numa perigosa missão encomendada por um empregador misterioso. Até que surge uma mulher perigosa para manipular a situação, enquanto tenta convencer um professor em situação terminal a tirar a própria vida. Oi? Pois é. Se a sinopse soa meio sem pé nem cabeça, experimente conferir esse longo filme, de visual estupendo.

Algo entre Sin City e Snatch, com diálogos que tentam desesperadamente emular Tarantino. Tudo embalado por muito neon vermelho, azul e verde, encenado em cenários fechados, claramente realizados dentro de estúdios e galpões. Inclusive as cenas externas, o que evidencia não só um baixíssimo orçamento, como também uma intenção de isolar as figuras em tela dentro de um escopo onírico a fim de fornecer a vingança tão esperada de sua protagonista improvável.

Max Irons e Margot Robbie em cena de A Vingança Perfeita
Max Irons e Margot Robbie em cena de A Vingança Perfeita

O elenco de A Vingança Perfeita

Margot realmente está mais linda do que nunca e se diverte como Annie, uma garçonete de uma lanchonete chamada Fim da Linha. Ela aparece figurada também como dançarina de cabaret (única sequência com várias pessoas presentes) usando peruca preta num confessionário. Ou seja, a típica fatal girl de tramas noir.

Simon Pegg por outro lado, está excelente e poderia tentar experimentar papéis mais sérios assim, que valorizam sua atuação, do que outras versões bobocas (ele quase salva esse fiasco de filme, com uma figuração contida, sensata e com humor negro pontual).

Max Irons e Dexter Fletcher apenas repetem estereótipos do gênero pela enésima vez, sem qualquer surpresa. E mais uma vez o superestimado Mike Meyers chega deslocado, no papel duplo mais previsível de todos os tempos. Desculpe se você não pescou, mas eu saquei em 10 minutos de longa.

Max Irons e Dexter Fletcher
Max Irons e Dexter Fletcher

Um filme fraco

Assim, aflito por enxertar significados profundos em sua narrativa, o “diretor” Vaughn Stein cita, há cada 20 minutos, algo relacionado a Alice no País das Maravilhas. Não só passagens do livro de Carroll, como também ícones gráficos. A história não sabe estabelecer background aos seus personagens, forçando então um mistério do começo ao fim. E quando o desfecho chega, não só a reviravolta não funciona (por ter sido extremamente previsível), como força sua protagonista a passar longuíssimos minutos explicando todo seu plano mirabolante para as vítimas que representam o patriarcado. Contudo, como esse passado não havia antes nem sido esboçado, ele chega atrasado e gratuito, quase como um recurso de roteiro de última hora. Então não surte o efeito desejado.

A Vingança Perfeita poderia ter funcionado melhor como um curta metaforizando o purgatório. Ou então uma peça, daquelas com pouco público, mas que busca na madrugada um entretenimento sem pé nem cabeça, a fim apenas de uma explanação intimista e “cabeça”. De qualquer maneira, eu já vi videoclipes mais interessantes.

A Vingança Perfeita

Nome Original: Terminal
Direção: Vaughn Stein
Elenco: Margot Robbie, Simon Pegg, Dexter Fletcher, Mike Myers, Max Irons
Gênero: Crime, Drama, Thriller
Produtora: Beagle Pug Films
Distribuidora: RLJE Films (USA)
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