Adeus, Borboleta

Bom roteiro, produção mediana

Mia Olsen (Addison Ross), de cinco anos, é assassinada de maneira brutal e a polícia não consegue desvendar o caso. Seu pai, Ryan (Adam Donshik) começa sua própria investigação e, um dia, vê Stan Granger (Andrew Lauer), um excêntrico vizinho, brincando com uma presilha de cabelo de Mia e se convence que o homem é o assassino de sua filha. Como a polícia não acha nada que incrimine Stan, Ryan resolve se vingar por conta própria e decide invadir a casa do homem disposto a tudo.

A ação de Adeus, Borboleta se desenrola após o assassinato de Mia, uma garotinha extremamente inteligente de cinco anos, que a plateia conhece muito rapidamente, mas de quem é fácil se apegar. O longa não nos poupa de muitos detalhes e, inclusive, mostra o corpo da garotinha depois de morta, uma forma de nos deixar tão bravos com o crime quanto Ryan.

Addison Ross como Mia em Adeus, Borboleta
Addison Ross como Mia

Apesar disso, a polícia é incapaz de desvendar o assassinato de Mia, e seu pai, Ryan, já impaciente, começa sua própria investigação. Ryan chega à conclusão de que Stan, seu vizinho, matou Mia, depois de ver o homem com uma presilha de borboleta que Mia amava. Ele avisa a polícia, que mesmo depois de uma batida na casa de Stan, não encontra nada que o incrimine.

Adeus, Borboleta

Ryan, cada vez mais revoltado, resolve tomar as rédeas da situação e se vingar por conta própria. Ele pede a ajuda de Tyler, o padrinho de Mia, e os dois invadem a casa de Stan, querendo que ele confesse o assassinato.

A ideia é, claro, dar a entender que o luto, a raiva e a incompetência da polícia levaram Stan ao seu limite, a ponto dele passar a achar razoável se vingar de um homem que ele desconfia que matou sua filha e em muitos sentidos, a reação de Ryan à tragédia de sua vida é compreensível e até fácil de se identificar, no entanto, tudo em Adeus, Borboleta acontece muito rápido e por isso, existe pouca construção do luto do personagem, é quase como se ele tivesse acordado no dia seguinte à morte de sua filha já disposto a matar um homem, quando, por mais bravo e revoltado que ele estivesse, o lógico séria que ele passasse um tempo pensando sobre isso.

O filme deixa a plateia se questionando sobre quem é o culpado
O filme deixa a plateia se questionando sobre quem é o culpado

Culpado ou inocente?

Depois que Ryan e Tyler entram na casa de Stan, o longa toma rumos diferentes. O filme se torna cada vez mais violento, embora insinue muito mais do que mostre e, conforme eles começam a interrogar Stan, esperando que ele confesse o assassinato de Mia, a trama passa a se concentrar em uma só dúvida: Stan é ou não é culpado?

Ryan jura que viu Stan com a presilha de Mia, mas Stan diz que Ryan está transtornado em sua dor e fantasiou. Stan, de fato, é um homem estranho, que segundo as investigações de Ryan, comprou uma caixa de bichinhos de pelúcia, mas ele diz que mandou os bichinhos para a sua sobrinha e nega que tenha cometido qualquer crime.

O protagonista começa a duvidar da culpa de Stan, e a plateia também. Essa dúvida é o que segura a atenção durante o filme todo, e a ideia é bem instigante. A situação fica ainda mais tensa quando o desaparecimento de outra criança começa a ser ligado ao assassinato de Mia, e surge no ar a possibilidade de Stan estar escondendo mais uma criança.

Adeus, Borboleta é um suspense diferente
Adeus, Borboleta é um suspense diferente

Um dos pontos altos do filme é que a opinião da plateia muda conforme Ryan, Tyler e Stan discutem, fazendo com que a gente fique em dúvida sobre quem é o vilão e quem é o mocinho ou sequer se algum deles é, de fato, um mocinho.

Aspectos técnicos de Adeus, Borboleta

Adeus, Borboleta parte de uma trama simples e até batida. O assassinato de Mia dá o pontapé inicial na trama, que segue outros caminhos para além da investigação. O filme não acompanha a investigação policial, que é bem sem graça, mas sim, já parte do princípio de que a polícia não foi capaz de desvendar o crime, o que “justificaria” as ações de Ryan.

Justamente por não ter uma abordagem tão clássica no gênero do suspense, que o filme se diferencia e chama a atenção. No entanto, a produção de baixa qualidade prejudica o filme, que tem um roteiro bem interessante. O longa tem atuações bem medianas, que atrapalham o desenvolvimento do longa e um clima de filme amador que tiram muito do seu brilho. O roteiro se sairia bem melhor em uma produção mais cuidadosa.

Ryan - Adeus, Borboleta
Ryan

Andrew Lauer é um dos poucos atores que se saem bem e que consegue fazer um personagem bem sinistro, mas que ainda deixa o telespectador em dúvida e Addison Ross, que interpreta Mia em pouco tempo de tela, faz com que a plateia realmente se afeiçoe por ela e, portanto, consiga perdoar Ryan quando ele parte para o tudo ou nada.

O roteiro de Adeus, Borboleta tem algumas falhas e o filme se alonga mais do que deveria, mas a história é diferente e prende a audiência, mesmo que as qualidades técnicas não sejam das melhores. O filme está disponível para aluguel e compra nas plataformas NOW, Looke, Vivo Play, Google Play, Microsoft e iTunes.

Adeus, Borboleta

Nome Original: Goodbye, Butterfly
Direção: Tyler Wayne
Elenco: Andrew Lauer, Marie L. Burke, Adam Donshik, Jeremy London, Doug Brafford
Gênero: Suspense, Thriller
Produtora: Artman Cooper Productions
Distribuidora: A2 Filmes
Ano de Lançamento: 2021
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