Alena (2017), de Kim W. Andersson
Kim concebe em ALENA um terror competente e autêntico, com um estilo cru cheio de pessoas evidenciadas de uma maneira mais mundana e podre, em cenários espetaculares.
A protagonista que dá nome ao título guarda semelhanças com Carrie, a Estranha (tanto livro quanto filme), no sentido de ser uma vítima do bullying escolar que em algum momento se vê obrigada a revidar, como a sangrenta arte da capa já indica. Mas o autor surpreende ao subverter alguns conceitos do gênero, por isso as comparações com a obra de King só vão até a premissa, pois param por ali.
A trama praticamente gira em torno de Alena, da amiga que faleceu tragicamente no passado, do rapaz com quem ela se envolve e com a bullie, que jamais lhe dá sossego — ainda que, mesmo dentro de seus preconceitos, entregue a verdade para o leitor, que não perceberá a primeira vista.
Eu saquei todas as reviravoltas do enredo desde o começo, e talvez um leitor mais assíduo do gênero também as pesque, mesmo assim, a experiência não foi enfraquecida, já que cria-se uma expectativa para ver como elas irão acontecer. E quando o momento chega, ele é um soco no estômago.