Amizade Maldita ou Z, um novo Babadook
Dirigido por Brandon Christensen (O Enviado do Mal) e estrelado por Keegan Connor Tracy (Bates Motel) e Jett Flyne (Boneco do Mal), Amizade Maldita marca o retorno do terror aos cinemas nacionais e tem sua estreia apontada para 19 de novembro.
No longa, Kevin (Sean Rogerson) e Beth (Keegan Connor Tracy) notam que seu filho de oito anos, Josh (Jett Klyne), tem passado bastante tempo brincando com um novo amigo imaginário, chamado Z. O que a princípio parece uma relação inofensiva, rapidamente se transforma em algo destrutivo e perigoso. É quando Beth começa a desvendar o seu próprio passado, que ela descobre que Z pode não estar apenas na imaginação do filho.
Amizade Maldita
O filme começa um pouco corrido e com pressa mostra que o menino fofo e bonzinho dá sinais de um comportamento estranho. Acredito que teríamos mais simpatia pelo garoto se a trama escolhesse mostrar mais da vida calma que ele levava antes de conhecer Z.
Certamente o casal Beth e Kevin têm problemas para criar uma criança. O pai só é visto no café da manhã, fala coisas clichês como “come tudo hein, filhão”, pra depois sumir o dia todo no trabalho. A mãe parece estar sempre cansada e de saco cheio, mas depois de um tempo compreendemos pois somos apresentados à sua mãe moribunda.
Todos os personagens são um tanto rasos, não sabemos nada sobre nenhum deles profundamente. A mãe tem uma irmã, o pai trabalha muito, o garoto brinca o tempo todo e tem esse amigo imaginário. Fica difícil desenvolver algo por algum personagem, pois a história toda é fraca.
Z
Quem é Z? Por que ele aparece para Josh? O que ele busca? No decorrer da produção até conseguimos algumas respostas mas, no geral, o filme falha em explicar e não há realmente muito a se filosofar. Algumas tragédias na infância de Beth, uma negligência aqui e ali com o menino e só.
Amizade Maldita começa fraco, vai melhorando com o suspense e com o avanço das bizarrices que rodeiam o menino e a casa (e a mãe), mas tem uma queda brusca no final. Infelizmente os sustos são raros e não salvam a trama. O filme acaba sendo bem esquecível.
Em entrevista, o diretor afirma que sofria de ansiedade quando criança. “Eu tinha medo de ficar sozinho, medo de ir para a escola, eu tinha medo de fazer qualquer coisa. […] Essa experiência me ajudou a trazer um pouco de mim para Amizade Maldita, com pais incapazes de saber lidar com algo assim. Quando não é algo que você consegue explicar ou ensinar, e você se sente excluído, o que você pode fazer?”
Aspectos Técnicos
O longa não se destaca por nenhum aspecto em especial. Não há cenas escuras demais e nem fora da normalidade. A direção de arte também não é maravilhosa, deixando passar detalhes que poderiam enriquecer a experiência, como a cena em que o psicanalista abre um arquivo no computador e não há mais nada na tela inicial dele, algo bem incoerente para um profissional que atua há tantos anos na área.
Por falar em atuar, o elenco é bem mediano. O pai chega a ser insuportável com sua cara de “está tudo bem/estou bravinho” que é sempre a mesma. A mãe tem cara de Simpsons e não consegui prestar muita atenção em nada além disso. Não, ela não é amarela, mas tem o lábio superior parecido com os personagens do desenho.
O menino, tadinho, também não esboça muitas reações. Talvez as melhores partes sejam alguns flashbacks (que também poderiam ter sido melhor explorados) e algumas aparições do tal amigo imaginário. O filme já recebeu 9 prêmios em festivais internacionais, incluindo o de Melhor Filme no Sin City Horror Fest, premiação especializada em filmes de terror. Então se você curte esse gênero de filme, manda ver! Depois deixa sua opinião aqui embaixo. 😉