Angry Birds 2 – Menos putos do que nunca
Entre as maiores contribuições da Finlândia para o mundo certamente se encontram a sauna, o Linux (o Linus Torvalds é finlandês), o Nokia tijolão, o patins de gelo, o Kimi Räikkönen e, principalmente, Angry Birds. O joguinho de celular criado em 2009 pela empresa finlandesa Rovio é uma sensação lá nas terras nórdicas de primeiro mundo, tendo até parque de diversões e refrigerantes da marca.
Sabe-se lá por quê, a Sony viu esse sucesso todo e achou que seria uma boa comprar os direitos da franquia, para então lançar um desnecessário, porém fofo filme de animação em 2016. Sendo um sucesso de bilheteria, seria natural aproveitar que a marca já tá paga e dar continuidade a isso, e a continuação Angry Birds 2 estreia dia 03 de outubro aqui no Brasil.
Angry Birds – Pássaros e porcos
O roteiro é uma desculpa qualquer para meter os personagens em outra aventura. A história continua exatamente de onde parou no primeiro filme: com a vantagem de não precisar apresentar os personagens. Começa mostrando o pássaro principal, Red, como o grande herói da revoada (não-alada). Porém, uma nova ameaça os obriga a trabalhar junto com os porcos verdes, criando um filme-missão para salvar ambas as ilhas.
O primeiro filme tinha conseguido a proeza de dar um enredo para um jogo completamente sem história, entregando uma aventura colorida, cheia de piadinhas bobocas, mas divertidas. Tinha tudo lá no meio: pássaros putos explosivos, porcos ladrões de ovos, personagens voando de estilingue… Basicamente era isso, são todos os elementos do jogo, nem foi tão difícil assim, pensando bem.
A continuação, porém, desistiu de usar esses elementos e simplesmente meteu os personagens em uma história previsível. Os roteiristas esqueceram até que os pássaros deviam ficar fulos da vida para justificar o título do filme. As piadas e gags visuais são bem mais raras e fracas do que no primeiro filme. Com isso, a obra só consegue mesmo agradar o público infantil, que certamente vai se divertir com essas criaturas fofas se movimentando loucamente pela tela, aprontando confusões que até deus duvida.
Aos filhos, não aos pais
Os adultos que forem com as crianças ao cinema provavelmente ficarão entediados com rapidez. Nem a boa seleção de músicas anima. A qualidade técnica da animação 3D não apresenta qualquer evolução aparente comparada ao primeiro filme, mas ainda assim é bem competente para os padrões da Sony Animation (o que significa que é equivalente à qualidade que a Pixar tinha em seus filmes 10 anos atrás).
A dublagem brasileira faz, como de costume, um trabalho extremamente competente, contando com um Adnet muito contido, um Fábio Porchat menos cheirado do que de costume e uma Dani Calabresa desprovida de sotaque.
Se o primeiro filme era desnecessário, mas divertido, a sequência soa somente desnecessária. Angry Birds 2 não têm apelo suficiente para um público acima de 10 anos. É um longa completamente esquecível perante uma atual concorrência de animações tão boas.