Black Christmas

A primeira das noites de terror, o princípio do que se tornaria o slasher, foi realizado de maneira bastante interessante por Bob Clark (que anos depois se consagraria com as comédias besteirol de Porky’s, veja só), em Black Christmas, colocando um invasor tarado em uma república de garotas, que as mata e depois telefona para as sobreviventes (ao contrário do que Ghostface faria muitas décadas depois), enquanto se esconde no sótão. Diferentemente de seus herdeiros, a polícia é mais presente por aqui, ainda que igualmente ineficaz (sério que eles não revistaram toda a casa? E ainda deixaram a última vítima sozinha por lá depois de tudo?).

Destaque para a perspectiva em primeira pessoa do assassino, que torna suas ações muito mais perturbadoras. No elenco, as atenções são voltadas para a lindíssima protagonista Jess de Olivia Hussey (do Romeu e Julieta de 1968), e a desbocada Barb de Margot Kidder (a Lois Lane do Superman clássico). O roteiro também é sagaz por debater a autonomia feminina e o aborto em um período em que isso sequer era discutido.

A noite de Natal ser pervertida em uma festa adolescente (com crianças tomando sua primeira dose), também é uma maneira do diretor mostrar que está compondo ali um terror de verdade, que tempos depois inspiraria John Carpenter a usar outra data festiva para realizar seu banho de sangue, em Halloween.

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